Apologia ao nazismo, propagação de discursos de ódio e discriminação de minorias. Esses são crimes atribuídos a cinco homens, com idades entre 18 e 20 anos, que foram presos nesta quarta-feira (18 de junho) em Minas Gerais e em São Paulo, suspeitos de integrarem uma célula neonazista. Com eles, foram encontradas diversas armas brancas e livros sobre Adolf Hitler.

Conforme as investigações, o grupo praticava atos extremistas em Belo Horizonte, Nova Lima, Poços de Caldas e Campinas. As ações incluíam pichação de emblemas nazistas em edificações, veiculação de cartazes com mensagens antissemitas e agressões a integrantes de grupos minoritários, como a população LGBTQIA+ e os chamados antifas – nome usado pelos investigados para se referir a pessoas contrárias ao fascismo.

A ação, batizada de Operação Overlord, foi realizada pelas polícias civis dos dois estados e incluiu também o cumprimento de mandados de busca e apreensão em Nova Lima, Poços de Caldas e Campinas.

As buscas resultaram na apreensão de armas brancas, socos-ingleses, balestras, fardamentos paramilitares, algemas, sprays de pichação e materiais com símbolos nazistas, como livros sobre Adolf Hitler, cadernos com desenhos de suásticas e um emblema com o retrato falado de Theodore Kaczinsky, conhecido como Unabomber. Dispositivos eletrônicos também foram recolhidos para análise.

Os presos vão responder por organização criminosa e por crimes previstos na Lei 7.716/89, que trata da discriminação racial, religiosa e étnica. Durante o cumprimento dos mandados, em São Paulo, um dos suspeitos foi autuado em flagrante por posse de conteúdo de pornografia infantil.

Investigação teve início após alerta internacional

A investigação começou em dezembro de 2023, após um alerta da Homeland Security Investigations, órgão ligado à embaixada dos Estados Unidos no Brasil, que identificou a atuação do grupo em redes sociais com conteúdos neonazistas e de incitação à violência.

A operação desta quarta-feira é um desdobramento da prisão de um homem, apontado como líder da célula em Belo Horizonte. Segundo a polícia, ele coordenava as ações dos demais investigados e planejava as atividades do grupo.

Ainda de acordo com a investigação, os suspeitos buscavam formas de financiar as ações extremistas, incluindo a venda de emblemas neonazistas feitos em impressoras 3D e o tráfico de drogas.

O nome da operação faz referência à ofensiva dos Aliados na Segunda Guerra Mundial que marcou o início da derrota do regime nazista. As investigações continuam, com foco na análise do material apreendido.