O caminho para levar a filha de 14 anos em uma consulta médica terminou com uma engenheira de segurança do trabalho, de 36 anos, sendo agredida e ameaçada por um motorista após uma discussão de trânsito, na tarde da última sexta-feira (20 de junho), no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. O momento que o suspeito dá um soco no braço da mulher e chuta o veículo da vítima foi flagrado em vídeo pela adolescente. 

A mulher vítima das agressões conversou com a reportagem de O TEMPO neste sábado (21) e contou que ela e a filha estavam no carro quando, em um momento de desatenção, ela acabou fechando outro veículo ao fazer uma conversão. "Ele me xingou, me chamou de vagabunda e eu só falei 'ah, pelo amor de Deus né', e balancei o braço para ele, fazendo sinal para ele ir embora", lembra a engenheira. 

Porém, a mulher acabou precisando parar em um sinal, momento em que foi seguida pelo suspeito, que desceu do veículo e passou a gritar com ela. "Eu fechei a janela e ele dava socos, no vidro, na porta. Dava uns murros e xingando, xingando... quando ele começou a afastar do carro, eu falei que ia chamar a polícia e tirar uma foto da placa. Foi aí que ele partiu para cima, todo agressivo, chutou o carro e tentou tomar o celular, me dando um murro no braço", lembra, assustada, a vítima. 

Assista ao momento: 

Quando o sinal abriu, a vítima arrancou o carro e foi para a clínica, onde acionou a Polícia Militar (PM) para registrar um boletim de ocorrência contra o suspeito. "Na hora a gente fica sem reação. Antes da minha filha começar a filmar, ele dava os socos no vidro, batia e falava 'eu vou te matar'. Foram várias ameaças", detalha. 

Mãe e filha se trancaram em banheiro após gol do Flamengo

Ainda conforme a engenheira de segurança do trabalho, após se acalmarem na clínica médica onde a filha faria um exame, devido ao trauma do momento violento vivido, uma comemoração de um torcedor que celebrou um gol do Flamengo, no Mundial de Clubes, fez com que mãe e filha se assustassem e achassem que tinham sido seguidas pelo suspeito. 

"Na hora a gente se assustou e eu falei 'ele nos seguiu e vai matar a gente'. Eu e minha filha nos prendemos no banheiro, desesperadas. Eu liguei para meu marido e só conseguia repetir que ele (suspeito) iria nos matar", lembra a vítima. "Minha filha ficou tão traumatizada que dormiu comigo essa noite. A gente ficou em estado de choque", continuou a engenheira. 

O caso foi registrado na PM e, agora, a Polícia Civil tenta identificar o motorista.