A Justiça retirou, na noite desta terça-feira (12/8), o sigilo do Auto de Prisão em Flagrante (APF) do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos. Ele é o principal suspeito da morte do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, assassinado durante uma confusão de trânsito no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte, na segunda-feira (11).
A decisão foi assinada pelo juiz Leonardo Damasceno, da Central de Audiência de Custódia (CEAC/BH). Conforme informou a assessoria do Fórum de BH, o pedido para manter as informações sob sigilo havia sido feito pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) - o que expõe uma contradição entre as partes (leia mais abaixo).
Com a decisão, as informações do APF passam a ser públicas. A audiência de custódia de Renê está mantida para esta quarta-feira (13), às 8h30, e vai definir se a prisão em flagrante será convertida em preventiva.
Renê foi preso horas após o crime, enquanto estava em uma academia de alto padrão no bairro Estoril, e foi autuado por homicídio duplamente qualificado e ameaça.
Contradição
A informação divulgada pelo Fórum de BH, de que o pedido de sigilo foi apresentado pela PCMG, expõe uma contradição. Questionada sobre o pedido durante coletiva de imprensa nesta terça-feira, a instituição afirmou que ele não teria sido feito pelo delegado responsável pelo inquérito.
"Nós não pedimos segredo de justiça nesse procedimento porque não é praxe. A gente trata os casos da mesma forma, com a mesma seriedade e comprometimento que a gente trabalha todos os dias. A gente está fazendo a nossa parte de forma técnica, imparcial, para chegar no total esclarecimento dos fatos”, afirmou o delegado Matheus Moraes.
Segundo a Polícia Civil, a solicitação poderia partir de qualquer uma das partes, incluindo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a defesa do suspeito. A reportagem questionou a Polícia Civil sobre a contradição e aguarda retorno.
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