A mineira Laysa Peixoto, de 22 anos, que ganhou notoriedade nas redes sociais após afirmar ser a primeira mulher astronauta do Brasil e líder de pesquisas da Nasa, esclareceu alguns pontos de sua trajetória acadêmica e profissional. A jovem conversou com a cientista Gabriela Bailas, do canal “Física e Afins”, pelo Instagram. Na última quinta-feira (19), a youtuber publicou um vídeo revelando o diálogo entre elas.
Segundo Laysa, ela nunca ocupou cargo de pesquisadora nem comandou projetos oficiais na agência espacial americana. Sua participação teria ocorrido por meio do NASA L'SPACE Academy, um programa educacional para universitários. Lá, desenvolveu o projeto “AquaMoon”, que foi selecionado internamente. Por isso, ela acabou recebendo o título de “Project Investigator”, mas sem vínculo formal com a instituição.
A jovem também explicou que participou do projeto Galaxy Cruise, do Observatório Astronômico Nacional do Japão (NAOJ), como cidadã-investigadora, uma iniciativa aberta ao público, sem exigência de formação acadêmica.
Sobre sua formação, Laysa contou que estudou Física na UFMG, mas que trancou a matrícula após conseguir uma bolsa para o Manhattan College, nos Estados Unidos. “Fiz o Enem 2020, entrei na pandemia quando as aulas estavam online, e no segundo semestre de Física. Em 2021, a UFMG publicou que descobri o Asteroide e tal, na época mostrando que eu estava no segundo período. Só que a mídia distorceu isso, dizendo que eu saí no segundo período de Física, só que, na verdade, eu não me registrei pro segundo semestre do ano letivo de 2023, porque eu recebi a bolsa”, enfatizou.
A mineira também afirmou que fez cursos online no Massachusetts Institute of Technology (MIT), e participou de um programa acelerado na Columbia University, mas não concluiu graduação ou mestrado nessas instituições, ao contrário do que chegou a constar em seu perfil no LinkedIn - que já foi corrigido, segundo a jovem.
Atualmente, Laysa é candidata ao programa de astronautas da empresa privada norte-americana Titans Space. A organização planeja realizar voos tripulados até 2029, mas ainda não possui licença da agência reguladora americana (FAA) nem lançou qualquer nave ao espaço. A conexão com a Nasa, segundo ela, se limita ao fato de que o comandante da missão é o ex-astronauta Bill McArthur, que já trabalhou na agência.
Por fim, Laysa reforçou que nunca afirmou ser astronauta da Nasa, e destacou que seu objetivo é inspirar outras jovens brasileiras a seguirem carreiras nas áreas de ciência e tecnologia.