O governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), autorizou nesta terça-feira (24 de junho) o aumento da tarifa do metrô de Belo Horizonte. A passagem vai sair de R$ 5,50 para R$ 5,80 a partir de 1º de julho, na semana que vem. Esse é o terceiro aumento em pouco mais de dois anos de concessão.

Segundo o secretário Pedro Bruno Barros de Souza, o reajuste foi dado considerando a Cláusula 11, Seção I do Contrato de Concessão do Metrô, assinado em 23 de março de 2023. “O índice de reajuste previsto será de 5,45%, correspondente ao período de março de 2024 a março de 2025”, argumentou o secretário.

A nova tarifa vai entrar em vigor quando os passageiros do metrô de Belo Horizonte farão baldeação no horário de pico. Isso porque o metrô anunciou nessa segunda-feira (23 de junho) o cronograma de obras na via permanente. 

O troco máximo a ser praticado pelos operadores do sistema metroferroviário de passageiros da região metropolitana de Belo Horizonte é de R$ 50. A norma determina que a alteração do preço ocorra logo às 0h do dia 1º. Com a mudança no valor do metrô da capital, haverá, consequentemente, aumento também em tarifas de integração em ônibus do sistema metropolitano. 

A reportagem procurou a Metrô BH e aguarda retorno.

Impactos

Para o especialista em trânsito Silvestre Andrade, o aumento, principalmente durante um período de baldeação e intervalos maiores nas viagens, pode impactar o número de passageiros. Para além da Lei da Oferta e Procura, quando os clientes caem quando o preço aumenta, há também a percepção de, momentaneamente, de pagar mais por um serviço pior.

“Você aumenta o valor e degrada serviço. Sabe-se que é momentâneo, é por uma causa melhor porque melhora o sistema, mas, na prática, para o usuário, é um preço mais caro e um serviço pior naquele momento. Então isso com certeza tem reflexo para a demanda. O reajuste está no contrato, mas acabou que foi aplicado em um momento ruim para o metrô, com certeza. Há perspectiva de redução, a ver se será momentânea e depois recupera”, avaliou.

Andrade ponderou, ainda, que a queda no número de passageiros pode não ser tão significativa porque boa parte das tarifas é paga pelas empresas e não pelos usuários diretamente. 

Cinthia Almeida, especialista em trânsito, considerou que com o aumento da tarifa do metrô, os usuários procurarão alternativas mais baratas. "Como o transporte público continua com baixa qualidade e custo alto, muitos usuários do metrô podem optar pelos aplicativos de moto, que não oferecem segurança e, em geral, não cumprem as normas previstas no CTB, impactando no aumento da frota e, por consequência, aumento dos sinistros de trânsito e custo para o serviço público de saúde. Uma das opções para os usuários do metrô são deslocamentos de carona com conhecidos, para garantir a segurança e conseguir se deslocar para o trabalho. Infelizmente, a quantidade de ciclofaixas e a estrutura para deslocamento ainda é um limitador para o uso de outros modais, como a bicicleta", avaliou.