Análises feitas na água fornecida pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) para população de Belo Horizonte e Região Metropolitana não encontraram indícios de irregularidade que justificassem a sensação relatada por moradores e comerciantes de gosto e odor de barro e mofo no líquido. Os testes foram feitos pela própria companhia, a pedido da Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e Esgoto Sanitário de Minas Gerais (Arsae-MG) , que informou acompanhar as reclamações.
Entre os dias 4 e 18 de agosto, a Copasa afirma ter realizado mais de 300 testes em imóveis de clientes, tanto de forma proativa quanto em resposta a solicitações, sem que fosse constatada qualquer inconformidade que representasse risco à saúde.
“Todos os testes de qualidade e segurança realizados pela Companhia confirmaram a potabilidade da água distribuída a mais de 5 milhões de clientes da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Dessa forma, estão descartadas quaisquer possibilidades de contaminação por agentes externos que possam comprometer a saúde da população”, informou a companhia por meio de nota.
Pelas redes sociais e grupos de mensagens, uma série de moradores de Belo Horizonte e Região Metropolitana denunciou um forte gosto de barro e, em alguns casos, de mofo na água que chega às torneiras. Segundo os denunciantes, o sabor estranho foi percebido não apenas nas residências, mas também em estabelecimentos comerciais e até em bebedouros de instituições públicas. “Tem uma semana já que tá um gosto muito estranho de mofo e barro. Testamos antes de chegar na caixa d’água, limpamos ela, o filtro... Tô achando super estranho”, contou uma moradora de Lourdes.
No Barro Preto e Santo Agostinho, a reclamação é semelhante. “Aqui em casa tá ruim, tô comprando galão”, disse uma moradora. Em Venda Nova, uma universitária relatou que o problema está espalhado: “Todo bebedouro que eu bebo tem esse gosto residual de barro. Em casa, na casa de familiares, na faculdade, nos restaurantes... Está difícil até escovar os dentes”. Também chegaram relatos da Savassi, Cidade Nova e Jaqueline, onde moradores afirmam que o sabor incomum substituiu recentemente o gosto forte de cloro.
Os resultados corroboram as análises já conduzidas pelas equipes de controle de qualidade desde o início de agosto, quando surgiram relatos de alteração de gosto e odor na água.
Copasa indica manutenção e limpeza das caixas d'água
Ainda de acordo com a Copasa, alguns fatores, como contaminações internas e efeitos relacionados à inversão térmica podem ter provocado o efeito. “A companhia reforça a importância da manutenção e limpeza periódica das caixas d’água pelos clientes, como medida preventiva contra contaminações internas e efeitos relacionados ao fenômeno da inversão térmica”.
Em caso de alterações no abastecimento, a Copasa orienta que os canais oficiais de atendimento sejam imediatamente acionados, com a indicação do endereço completo, para que uma equipe técnica possa avaliar a ocorrência.