Professores da rede municipal de Belo Horizonte voltaram a protestar na tarde desta segunda-feira (30), em frente à sede da prefeitura, no centro da capital. Batizada de "ato de resistência", a manifestação marca o 25º dia de greve da categoria. Durante o ato, os educadores criticaram as decisões recentes do município, como o corte nos salários dos dias parados e a tentativa de judicializar o tema.
“O prefeito (Álvaro Damião), ao invés de apontar novas negociações, apontou ameaças. E a greve não acaba com ameaças”, afirmou a diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de BH (Sind-Rede/BH), Vanessa Portugal. Sobre os descontos nos salários, ela foi enfática: “É jogar gasolina na fogueira”.
A Procuradoria-Geral do Município confirmou, nesta segunda-feira, que os descontos serão aplicados, citando como respaldo um entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida, no entanto, gera preocupação entre os professores, já que pode inviabilizar a reposição das aulas.
“Temos histórico de sempre repor os dias paralisados. Quando o prefeito corta o ponto, ele tira do professor a responsabilidade de fazer essa reposição. Isso não é produtivo para a greve, nem para a cidade”, completou Vanessa.
Segundo relatos da categoria, os cortes chegaram a 20% em alguns contracheques, o que representa cerca de cinco dias de paralisação. Como a folha de junho ainda está em processamento, os valores descontados até o momento não contemplam todo o período de greve, iniciado em 6 de junho. “Esperamos que não dure até lá”, disse a sindicalista.
Futuro da greve
Uma nova assembleia dos servidores está marcada para a manhã desta terça-feira (1º), novamente na porta da prefeitura. A paralisação, segundo o sindicato, será encerrada assim que o Executivo apresentar uma proposta considerada justa.
A principal reivindicação dos professores é a recomposição salarial. A categoria pede reajuste de 6,27%, enquanto a prefeitura oferece 2,49%, percentual referente aos quatro primeiros meses do ano.
A reportagem solicitou um posicionamento à Prefeitura de Belo Horizonte sobre o protesto desta segunda-feira e aguarda retorno.