O historiador Giulliano Glória de Sousa, servidor técnico-administrativo do Campus do Instituto Federal de Educação de Minas Gerais (IFMG) em Governador Valadares, lança nesta sexta-feira (11), às 19h30, o livro “Tidas e havidas por feiticeiras”: mulheres negras e mestiças acusadas de feitiçaria nas Minas Gerais colonial. O evento será realizado no auditório do campus, com entrada gratuita, programação cultural e inscrições já abertas ao público.
Resultado da tese de doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em História (PPGHIS) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), a obra lança luz sobre os processos de perseguição e criminalização de mulheres negras e mestiças acusadas de práticas de feitiçaria durante o período colonial em Minas Gerais.
A pesquisa, financiada Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), recebeu apoio do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e do Núcleo de Pesquisas Império e Lugares no Brasil.
A pesquisa
A investigação de Sousa revela como o racismo estrutural se manifestava também por meio da religiosidade e do sistema judiciário colonial, ao associar práticas culturais de origem africana e ameríndia à bruxaria. “Trata-se de uma história de silenciamentos, em que o preconceito de raça e gênero se entrelaça à repressão religiosa”, explica o autor.
O lançamento é promovido em parceria com o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) do campus. A programação inclui apresentação musical, leitura comentada de trechos da obra, sessão de autógrafos e confraternização com petiscos. O evento reforça o compromisso da universidade com o debate sobre raça, gênero e memória histórica no Brasil.