O Dia dos Hospitais, celebrado nesta quarta-feira (2 de julho), destaca a importância dessas instituições para o sistema de saúde no Brasil. Em Minas Gerais, o cenário é marcado por dificuldades como falta de recursos, estruturas sobrecarregadas e burocracia. Apesar disso, hospitais filantrópicos têm apostado em soluções criativas para melhorar o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).
Uma das ações que incentivam esse movimento é o Prêmio Federassantas de Boas Práticas – Dr. Eduardo Levindo Coelho, criado pela Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais. A premiação existe há seis anos e reconhece projetos voltados à melhoria da gestão hospitalar e da qualidade da assistência.
De acordo com a presidente da Federassantas, Kátia Rocha, os projetos estimulam o engajamento das equipes e geram impactos positivos nos atendimentos. “Trabalhadores são o maior patrimônio das nossas instituições.. Quando estão inspirados, suas entregas se multiplicam — e isso se reflete diretamente na qualidade do atendimento aos usuários do SUS”, afirma.
Corais auxiliam na reabilitação vocal
Entre os projetos premiados, dois corais têm ajudado pacientes que perderam a voz após a retirada da laringe, cirurgia comum no tratamento do câncer. O Coral dos Laringectomizados, do Hospital Luxemburgo, em Belo Horizonte, reúne pacientes e profissionais da saúde desde 2014. Os participantes usam técnicas de voz esofágica ou próteses para se reabilitarem vocalmente.
Iniciativa semelhante ocorre no Hospital do Câncer de Muriaé, na Zona da Mata. O Coral Nova Voz tem cerca de 20 integrantes e promove, além da reabilitação vocal, apoio psicológico e integração social.
Projeto distribui enxovais no Vale do Jequitinhonha
O Hospital do Vale do Jequitinhonha criou a “Lojinha Solidária”, que entrega enxovais para recém-nascidos de gestantes em situação de vulnerabilidade social. A iniciativa envolve profissionais de saúde, voluntários e membros da comunidade. A ação ocorre em uma das regiões com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado.
Programa interno gera economia e melhora serviços
Além das ações da Federassantas, o Hospital Evangélico de Belo Horizonte desenvolve o Projeto Colmeia, voltado à capacitação de funcionários. Com seis meses de duração, o programa já formou 60 colaboradores, economizou mais de R$ 800 mil e implantou 19 projetos com impacto direto no atendimento do SUS.
A metodologia envolve gamificação, aprendizagem ativa e soluções práticas para problemas reais do hospital. O projeto foi apresentado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, como exemplo de inovação viável no SUS.
Segundo Perseu Perruci, superintendente do Hospital Evangélico, o Colmeia também trouxe mudanças no ambiente de trabalho. “Acreditamos que todos os colaboradores podem contribuir para melhorar os serviços e proporcionar uma experiência positiva aos pacientes”, disse.