"Estamos juntos há 30 anos, durante os quais vivemos na ilegalidade. Essa moçada de hoje não sabe como as coisas eram ainda piores." Se tudo der certo, esse ano a gente se casa”, afirmou o bancário Naelson Filho, de 64 anos. Ao lado do companheiro Nando Teber, de 59 anos, o bancário, hoje assumidamente gay, participa da 26ª Parada LGBTQIAPN+ de Belo Horizonte, neste domingo (20/7). Os dois fazem parte do público alvo da campanha da parada deste ano, que reflete sobre os direitos do LGBTQIAPN+ na velhice.

Com o tema “Envelhecer bem. Direito LGBT as políticas do bem viver ao prazer e cidadania”, a parada reúne milhares de pessoas na Praça Tiradentes, no Centro-Sul da cidade. A previsão é de que o movimento vá até à Praça Sete e que a dispersão aconteça às 20h.

O prefeito Álvaro Damião (União Brasil), que compareceu ao movimento, afirmou que a cidade é de todos. “O recado aqui é que Belo Horizonte é governada para todo mundo. Belo Horizonte é a cidade do sim, é a cidade da inclusão. Belo Horizonte é a cidade de todo mundo. A gente tem que governar para todos. Todos nós vamos envelhecer”, disse.

Questionado se a PBH possui alguma política específica para a comunidade, Damião disse que não governa para o grupo “A ou B”, e que pensa de forma global.

“Não há uma política pública específica para a classe LGBT, que é a mais vulnerável. Temos políticas para todos, não só para eles, é para todo mundo. É isso que eu falo, eu não faço discriminação de um ou de outro. A gente tem que pensar no envelhecimento da cidade, no envelhecimento das pessoas. Vão trabalhar até quando? E por que trabalhar? Essa é uma outra questão que a gente tem que responder agora. Não dá para esperar envelhecer para depois resolver”, acrescentou.

Segundo o Centro de Luta Pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (Cellos-MG), a expectativa é de que 300 mil pessoas participem da Parada deste ano.