Uma mulher de 23 anos foi presa na noite desta terça-feira (22/7), no bairro Milionários, região do Barreiro, em Belo Horizonte, acusada de se passar por policial militar e advogada para aplicar diversos golpes. Ela se apresentava como 1ª tenente da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), afirmava ser filha de um ex-comandante geral da corporação e usava imagens de crianças desconhecidas, apresentando como seus filhos. A mulher foi presa dentro de uma lanchonete, onde ela se encontrava com uma das vítimas.

Segundo o boletim de ocorrência, as investigações tiveram início após denúncias de que a suspeita estaria utilizando fardas, distintivos e crachás falsos, além de manter perfis nas redes sociais nos quais se identificava como chefe do Núcleo de Justiça e Disciplina da PMMG. A falsa identidade era usada para conquistar a confiança de terceiros e propor parcerias ou negócios fraudulentos.

Durante a abordagem, os policiais encontraram na bolsa da mulher uma réplica de arma de fogo, dois crachás com o brasão da PMMG — ambos com seu nome e o título de "chefe militar" — e cartões bancários em nome de outras pessoas.

A equipe policial seguiu até a residência da suspeita, onde foram encontrados diversos documentos falsificados, como ofícios em nome do Tribunal de Justiça Militar, da Prefeitura de Belo Horizonte e procurações em que ela se passava por advogada, utilizando um número de OAB de uma outra profissional. Questionada, ela confessou ter produzido os documentos com o objetivo de fraudar a Previdência Social e obter benefícios de forma indevida.

Tentativas de fraude

Durante a investigação, os policiais também identificaram que a mulher tentou enganar o sistema de registro de ocorrências da PMMG. Ela chegou a registrar um boletim afirmando ser vítima de estelionato após um suposto saque indevido do seu FGTS. No entanto, em depoimento, admitiu que ela mesma havia feito o saque e que a denúncia era apenas mais uma tentativa de fraude.

Depoimento da vítima

Uma das vítimas contou aos policiais que a mulher tentou firmar uma sociedade comercial, alegando possuir um consórcio ativo em um banco. Ela disse que usaria o valor como aporte financeiro, mas que nunca apresentou comprovantes. Em vez disso, mostrou uma carta que supostamente informava o bloqueio do consórcio — posteriormente confirmada como falsa.

Ainda segundo a vítima, durante as negociações, a suspeita disse ser filha do ex-comandante-geral da PMMG e utilizava um número de telefone para enviar mensagens se passando por ele. Ela também afirmava ser filha de uma delegada e irmã de um promotor de Justiça.

A suspeita também usou de fotos de crianças, em que ela apresentava como se fossem seus filhos. A investigação confirmou que os meninos eram, na verdade, filhos de outro casal, que declarou não conhecer a mulher nem ter autorizado o uso das imagens.

Prisão e investigação

A mulher foi presa em flagrante e encaminhada à delegacia, junto com todo o material apreendido. Procurada pela reportagem de O TEMPO, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) afirmou que "a suspeita foi presa para evitar novos golpes" e orientou a população que, caso se sinta vítima da mesma mulher, procure a instituição para registrar um boletim de ocorrência, o que auxiliará nas investigações.

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) afirmou, por meio de nota, que "a ocorrência encontra-se em andamento e, após os procedimentos de polícia judiciária, as informações poderão ser repassadas".