Três profissionais de saúde foram indiciados pela morte de um adolescente de 16 anos, em janeiro de 2025, no município de São Gotardo, no Alto Paranaíba. A jovem, que ingeriu voluntariamente grande quantidade de medicamentos controlados, não resistiu após tentativas frustradas de atendimento médico emergencial em uma unidade hospitalar do município
De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), a situação se configurava como quadro clínico grave e exigia intervenção imediata. "Inicialmente conduzida à unidade de pronto atendimento local, ela foi liberada pelo médico plantonista, mesmo após relatar a ingestão de aproximadamente 36 comprimidos. Horas depois, retornou à unidade com convulsões intensas e não resistiu", disse a instituição.
As investigações, que envolveram oitivas de testemunhas e análises técnicas na área médica, concluíram que houve falhas sucessivas nos atendimentos prestados. A PCMG apontou que os três profissionais da saúde foram indiciados:
- Um por homicídio doloso, na modalidade dolo eventual, em razão da conduta negligente e da liberação precoce da paciente;
- Outro por homicídio culposo, devido à falha técnica durante o procedimento de intubação, que retardou a estabilização da vítima;
- E o terceiro por omissão de socorro, por ter recusado a admissão da vítima em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) sob justificativa burocrática, apesar da gravidade do quadro clínico da jovem.
"O relatório final do inquérito policial foi encaminhado ao Ministério Público e ao Poder Judiciário para as providências cabíveis", pontuou a Polícia Civil.