A sede da Delegacia de Eventos e Proteção ao Turista (Deptur), que desde 2009 funcionava no bairro Alípio de Melo, na região Noroeste de Belo Horizonte, foi transferida para a Praça da Liberdade, na região Centro-Sul da capital. Nesta terça-feira (19/8), o vice-governador Mateus Simões (Novo), a chefe da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), Letícia Gamboge, entre outras autoridades, participaram da cerimônia de abertura da nova delegacia, localizada na Casa Amarela, na rua Santa Rita Durão.
A nova estrutura conta com dois gabinetes de delegado, cartório, sala de investigadores, inspetoria, recepção e uma estrutura de informática composta por dez computadores e equipamentos digitais. Serão cerca de 35 policiais ao comando do delegado Guilherme Santos, titular da delegacia.
A mudança de endereço, segundo o vice-governador Mateus Simões, é para ampliar o atendimento aos turistas brasileiros e estrangeiros, já que a nova sede ficará em um dos principais pontos turísticos da cidade.
“Trazer a delegacia para o Circuito Praça da Liberdade é importante para dar conforto e tranquilidade ao turista que tiver que procurar a polícia. Mas, além disso, a gente melhora as condições de trabalho da equipe, o que faz com que o serviço prestado internamente se altere substancialmente. Estando presente aqui, a nossa condição de interação com os outros órgãos e agentes que fazem parte do complexo turístico também muda, porque é muito mais fácil para as nossas estruturas de cultura que estão aqui ao lado acionarem a delegacia para que ela possa ser não só o apoio no momento da crise, mas também o apoio na prevenção e orientação, e para que a gente evite que os problemas aconteçam”, afirmou Simões.
O local vai funcionar de segunda a sexta-feira, de 8h30 às 12h e de 14h às 18h30. Em eventos e datas especiais, a unidade mobilizará escalas específicas, estendendo a atuação para pontos estratégicos, como estádios, aeroportos, rodoviária e espaços de grande fluxo turístico.
Além disso, a Deptur terá recursos como um painel de monitoramento de ocorrências envolvendo turistas estrangeiros, com interlocução com consulados, independente do local onde ocorrer o crime. Na prática, o registro de um boletim de ocorrência envolvendo turistas feito em qualquer município do estado pela Polícia Militar será enviado à Deptur.
Fomento ao turismo
Segundo o Observatório do Turismo, da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, somente em janeiro deste ano, mais de 700 mil pessoas passaram pelo terminal rodoviário e no aeroporto de Confins, um fluxo de 1,2 milhão de passageiros, e um crescimento de 17,52% em comparação ao mesmo período de 2024. Ainda segundo o levantamento, o Circuito Liberdade recebeu no primeiro mês do ano mais de 500 mil visitas presenciais e virtuais.
“Preciso dizer da satisfação do governo do estado de conseguir continuar caminhando com esse que é um dos nossos motores econômicos em expansão: o turismo e a atração de visitantes em Minas Gerais. A inauguração da Casa Amarela para receber a nossa delegacia de apoio ao turista é uma conquista em vários sentidos. Esse casarão de 1912 foi reformado, restaurado e é parte do patrimônio, e, a cada evento, a gente tem registrado números recordes positivos. Temos o carnaval como o mais seguro da história e estamos prontos para receber os próximos grandes eventos que estão pela frente”, comemorou Simões.
Núcleo de defesa do patrimônio
Na ocasião de inauguração da nova sede, o despacho que autoriza a criação do Núcleo Especializado de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da PCMG, dentro da Deptur, foi assinado pelo vice-governador. O núcleo terá atuação em crimes relacionados aos bens públicos, inicialmente no território que abrange a Região Metropolitana de Belo Horizonte, com diálogos com outras religiões, incluindo investigação em outros estados.
“Minas ostenta o maior número de bens tombados em todo o Brasil. Do ponto de vista de reconhecimento internacional, 60% do patrimônio tombado internacional encontra-se no estado. Mas quando a gente fala em qualquer tipo de tombamento, nós somos referência por conta da nossa tradição colonial, depois da nossa tradição modernista. E isso faz com que ter aqui uma delegacia especializada em patrimônio dê para a gente mais tranquilidade”, completou o vice-governador.
A Casa Amarela
A Casa Amarela é um imóvel construído em 1912, inicialmente para uso residencial, pelo arquiteto José Lapertosa, em um estilo eclético com influências neoclásicas. Atualmente, o casarão faz parte do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Praça da Liberdade e foi tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), em 1977, e pelo município de Belo Horizonte, em 1990.
O projeto que revitalizou e transformou o espaço em delegacia custou cerca de R$ 160 mil, de uma parceria da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG) e da Caixa de Assistência dos Advogados de Minas Gerais (CAA/OAB), que contribuíram com doações de materiais, serviços e equipamentos.