O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou, nessa sexta-feira (22/8), que o líder de uma organização criminosa e a namorada dele foram condenados a 11 anos e 11 meses e a 10 anos e 3 meses de prisão, respectivamente, por corrupção ativa e por dificultar investigação policial. O casal ofereceu dinheiro a um policial militar em troca de informações privilegiadas sobre operações do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
De acordo com o TJMG, o casal prometeu valores a um sargento da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), membro do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O militar deveria repassar informações e interferir em investigações sobre a facção criminosa. O policial integrava a equipe de confiança do Ministério Público e tinha acesso a dados sigilosos.
Interceptações telefônicas e de mensagens eletrônicas comprovaram negociações ilícitas entre o sargento e a namorada do líder da organização, incluindo pedidos para liberar imóveis sequestrados e suspender monitoramento eletrônico. Ainda de acordo com o TJMG, o policial confessou ter pedido R$ 1 milhão à facção, mas disse ter recebido cerca de R$ 30 mil.
As investigações indicaram que o vazamento de informações possibilitou a fuga do líder da organização antes de uma operação sigilosa, em julho de 2024, colocando em risco equipes policiais. Em outra ação, foi apreendida uma granada, o que evidenciou o poder bélico da facção.
Na sentença, o juiz Valter Guilherme Alves Costa destacou que ficou comprovado que os acusados pagaram valores indevidos ao policial com o objetivo de evitar a prisão e atrapalhar as investigações. Ele classificou o caso como “típica situação de corrupção ativa”.
O casal permanece preso preventivamente, tendo suas penas cumpridas em regime fechado, o juiz negou o direito de recorrer em liberdade. O processo contra outros envolvidos, incluindo o policial militar, segue em segredo de Justiça.