A mineira Carolina Arruda, 27 anos, que há 11 convive com a neuralgia do trigêmeo — condição que provoca dores consideradas como “as piores do mundo”, recebeu alta da Santa Casa de Alfenas, no Sul de Minas Gerais, nessa quinta-feira (21/8). Na quarta-feira passada (13/8), ela foi colocada em coma induzido para tentar aliviar o sofrimento contínuo causado pela doença e, nessa terça (19/8), ela apareceu em um vídeo nas redes sociais após despertar do coma.
Em uma postagem no Instagram, Carolina relatou que era para ter saído um dia antes da unidade de saúde. Porém, por ela ter ficado por muito tempo deitada na mesma posição, enquanto esteve internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ela foi diagnosticada com um trombo no pulmão — condição onde um coágulo de sangue bloqueia uma artéria pulmonar, impedindo o fluxo sanguíneo para o órgão.
"É um trombo pequeno, que está no pulmão direito. A única preocupação era desse trombo migrar para o coração, mas eu fiz um ecocardiograma e o exame mostrou que está tudo bem. Minha voz já voltou, porém só estou tendo falta de ar, que tem sido muito incômoda. Mas já melhorou muito em relação a antes. Também estou com o nariz ferido por ter ficado no oxigênio, mas está tudo ótimo", disse Carolina.
Veja o momento em que Carolina se prepara para receber alta na Santa Casa de Alfenas. No registro, o marido dela, Pedro Leite, aparece para recolher a mala e outros itens da esposa:
O que é neuralgia do trigêmeo?
De acordo com informações do Hospital Albert Einstein, a neuralgia do trigêmeo provoca dores intensas na região do rosto, por onde passa o nervo trigêmeo, responsável pelas sensações táteis, térmicas e dolorosas da face. A dor pode ocorrer diversas vezes ao dia, com intervalos irregulares.
A condição é considerada uma das mais raras e cruéis do mundo. A literatura médica aponta que menos de 0,3% da população sofre com a enfermidade. No caso de Carolina, a dor atinge os dois lados do rosto, em forma de pontadas ou choques, quadro ainda mais raro. Ao longo dos anos, a estudante já passou por seis cirurgias, consultou-se com 70 médicos e testou mais de 50 medicamentos.