O homem de 38 anos assassinado no Centro de Referência de Saúde Mental (Cersam) do Barreiro nesta quarta-feira (10/9), é o apoiador de Jair Bolsonaro que respondia a um duplo homicídio no bairro Nova Cintra após as eleições de 2022.
Ele realizava tratamento psicológico como uma das medidas cautelares enquanto aguardava o julgamento. Segundo o capitão José Ocimar de Andrade Júnior, que atende ao homicídio nesta quarta-feira, "ainda é precoce dizer que a morte tem relação com o crime cometido por ele".
Apontado como eleitor de Jair Bolsonaro, o suspeito, que estava em prisão domiciliar, atirou contra diversas pessoas, matando Pedro Henrique Dias Soares, de 28 anos, e Rafaela Oliveira Barcelos, de 12, além de ter ferido outras três vítimas. Ele tinha um rifle e mais de 500 munições.
Segundo as primeiras informações, o homem era paciente do Cersam e realizou uma consulta na manhã desta quarta. Ao sair para fumar, ele foi surpreendido por dois suspeitos em uma moto preta, que atiraram. A vítima entrou na unidade de saúde para fugir, mas foi perseguido e executado nas dependências do Cersam. Depois do crime, os suspeitos fugiram.
No final de julho, a Justiça negou um pedido do Ministério Público para que o homem usasse tornozeleira eletrônica. O juiz Roberto Oliveira Araújo Silva, do 2º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, afirmou que a solicitação dos promotores para "imposição de medida cautelar de monitoração eletrônica", não merecia acolhimento.
Para o magistrado, devido ao lado de sanidade mental enviado pela defesa do réu, ele apresenta "transtorno afetivo bipolar, episódio depressivo grave, traços acentuados de personalidade emocionalmente instável e transtornos comportamentais relacionados ao uso de álcool", além de "impulsividade, explosões emocionais, automutilação e tentativas de suicídio".
No dia 30 de junho, o caso do assassinato de Pedro Henrique Dias Soares, de 28 anos, e de Luana Rafaela Oliveira Barcelos, de 12, em atentado após o resultado eleitoral das eleições de 2022, passou por audiência de instrução do acusado no Fórum Lafayette, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Na audiência, cerca de 24 testemunhas foram ouvidas, entre acusação e defesa, com a presença do réu. O atirador não estava preso, mas cumpria medidas cautelares em domicílio e alegou problemas de saúde mental durante o processo.
Ele responde por dois homicídios qualificados — por motivo fútil e mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas — e por outras seis tentativas de homicídio. À época do crime, a polícia apreendeu em sua casa, onde mantinha certificado de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), um rifle, duas pistolas e mais de 500 munições.