O bloqueio de valores nas contas de Renê da Silva Nogueira Júnior, assassino confesso do gari Laudemir de Souza Fagundes, e da esposa dele, a delegada Ana Paula Lamego Balbino, encontrou apenas R$ 587,19 em nome dos dois. Esse é o valor considerado “ínfimo” pela 3ª Vara Cível de Contagem, que havia tentado bloquear R$ 1,2 milhão no processo de reparação movido pela filha do gari, de 15 anos. Nessa terça-feira (23/9), a mesma vara determinou o bloqueio de mais R$ 200 mil em bens do casal, após pedido da esposa da vítima. Apesar do baixo valor nas contas, os bens bloqueados já são suficientes para os pedidos de reparação. 

Conforme documentos obtidos pela reportagem, Renê tinha R$ 219,41 em conta, enquanto a delegada possuía R$ 367,78. O valor, bem abaixo do pretendido, contudo, não impede a futura reparação dos danos causados à família de Laudemir. Segundo Felipe Saliba, advogado da esposa do gari, existem bens no nome do casal que atingem o valor pedido pela cliente.

“O juiz determinou bloqueio de todos os bens, inclusive o bloqueio de conta bancária, mas também de imóveis, veículos, observação de transações bancárias. Então nós tivemos lá um resultado de um BacenJud, que de fato localizou um valor ínfimo, mas nós tivemos a localização de quatro veículos, inclusive o veículo utilizado para o cometimento do crime”, disse.

Segundo ele, também foram apresentadas as declarações de imposto de renda, que devem revelar mais informações sobre o patrimônio do casal. “Já foi feito o bloqueio de quatro veículos, como também já foram juntadas aos autos as declarações de imposto de renda, onde é que nós vamos conseguir identificar todos os bens do casal. E ainda vamos analisar, estamos aguardando ainda a resposta quanto aos imóveis que não voltaram às consultas realizadas em cartório", afirmou o advogado. 

Conforme apurou a reportagem, a declaração de imposto de renda referente ao ano passado apontava ao menos sete imóveis registrados por Renê Júnior e Ana Paula, mas a defesa da família do gari adota cautela devido à possibilidade de movimentação patrimonial neste ano.  

Dos quatro veículos bloqueados, apenas um — o BYD Song Plus usado no crime — está no nome da delegada. Em nome de Renê Júnior foram encontrados e bloqueados para transferência um VW Fox, um Citroën C4 Pallas e um Jeep Cherokee.