O Hospital Regional de Teófilo Otoni (HRTO), no Vale do Mucuri, poderá  receber os primeiros pacientes em março de 2026. Por meio da Mesa de Conciliação e Prevenção de Conflitos do Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCEMG), o governo de Minas e o Instituto Mário Penna (IMP) — vencedor da licitação para administrar a unidade de saúde — assinaram, na tarde desta segunda-feira (8/9), um acordo que viabilizará a aquisição e instalação dos equipamentos do HRTO, que terá 427 leitos e a capacidade para atender 1,5 milhão de pessoas na macrorregião do Nordeste mineiro. 

O acordo assinado prevê o repasse de R$ 127,5 milhões — valor que é proveniente do acordo judicial da tragédia de Brumadinho e será destinado para compra de equipamentos médico — hospitalares, itens permanentes e de consumo, além de pequenas obras e reformas necessárias para o funcionamento da unidade. Em sua estrutura, o HRTO contará com pronto atendimento, centro de diagnóstico, um centro de tratamento especializado em queimaduras, ultrassonografia, ressonância magnética, tomografia, raio-X, mamografia e endoscopia. O hospital ainda terá 30 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), 25 leitos destinados à UTI Neonatal e à Unidade de Cuidados Intermediários.

Expectativa de abertura

Marco Antônio Viana Leite, presidente do Instituto Mário Penna, afirmou que a expectativa é que a compra de no mínimo 90% dos itens para o HRTO ocorra em até seis meses. Leite afirmou que a estrutura física da unidade está pronta e que as primeiras adaptações já podem ser realizadas. “Temos que contratar uma empresa para fazer essas adaptações, além de cumprir o processo de compra de equipamentos e contratação de profissionais, que são regidos por um regulamento. O TCEMG irá fiscalizar o processo de compra de equipamentos”, disse. 

Questionado se o repasse de R$ 127,5 milhões seria o fator principal para a finalização da obra do HRTO, Marco Antônio disse que os recursos apenas viabilizarão as últimas adaptações. “O governo de Minas entendeu que sem os recursos, a finalização das obras poderia demorar um pouco mais. Com o repasse, temos a condição de ter mais agilidade para fazer as últimas adaptações”, enfatizou.

Hospital de alta complexidade

O secretário de Estado de Saúde, Fábio Bacheretti, afirmou que o Hospital Regional de Teófilo Otoni será uma unidade de alta complexidade, com atendimento em especialidades como cardiologia, ortopedia e trauma, e neurologia. “A expectativa é que os primeiros pacientes comecem a ser atendidos no hospital no início do próximo ano. A abertura de um hospital com 432 leitos será gradual, mas representará uma transformação na saúde da região”, explicou Bacheretti. 

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que o objetivo é garantir que os mineiros tenham acesso a melhores serviços de saúde. "Temos alcançado avanços significativos. Os cinco hospitais regionais (Sete Lagoas, Conselheiro Lafaiete, Divinópolis e Governador Valadares), cujas obras estiveram paralisadas por quase oito anos, serão entregues e promoverão melhorias substanciais na saúde do estado", afirmou.

"Embora esses hospitais estejam localizados no interior, haverá um impacto significativo na capital, pois milhares de pessoas que se deslocam do interior para a capital deixarão de fazê-lo quando essas unidades estiverem em pleno funcionamento”, apontou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

‘Quem precisa de saúde, não pode esperar’

O deputado estadual Neilando Pimenta (PSB) afirmou que mais de 1 milhão de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) na região. O parlamentar declarou que existe uma carência assistencial de especialidades médicas, consultas e exames nas regiões do Vale do Mucuri e do Vale do Jequitinhonha. 

“Muitos usuários se deslocam de diversas cidades dos Vales do Mucuri e do Jequitinhonha para realizar tratamentos em Governador Valadares, Montes Claros e Belo Horizonte. A expectativa desses pacientes usuários é imensa. É difícil mensurar o quanto Teófilo Otoni, sede de macrorregião de saúde, anseia por esta obra. O Tribunal de Contas, por meio de sua atuação consensual, foi fundamental para que esta obra não sofresse atrasos, pois aqueles que necessitam de cuidados com a saúde não podem esperar”, pontuou o deputado