A Guarda Municipal de Belo Horizonte apreendeu, nesta segunda-feira (23), 834 litros de álcool em gel adulterados que seriam comercializados. Após denúncia anônima, os agentes chegaram a um galpão e constataram o crime. Foram apreendidos dois toneis e dezenas de embalagens menores, além do responsável pelo local. A ocorrência segue em andamento e será investigada na Delegacia de Plantão do Barreiro (Ceflan 3).

O produto estava armazenado em dois toneis com capacidade aproximada de 300 litros, cada um. Foram apreendidos também 17 frascos de 1 litro; 134 embalagens com capacidade de 500 mil, além de 90 recipientes com capacidade de 5 litros.

A ocorrência aconteceu no bairro das Indústrias, região do Barreiro. “O proprietário não tem autorização para comercializar, nem produzir esse tipo de material. E não tem um químico responsável que assine (atestando a regularidade) da fabricação do álcool em gel”, informou o guarda civil Devalmir Pereira Coelho, que participou da ocorrência.

O álcool em gel tem sido um dos produtos mais procurados em todo o país devido à pandemia de Coronavírus que atinge o Brasil. Com a falta dos produtos nas farmácias e supermercados, autoridades de diversos Estados têm combatido a fabricação clandestina do produto

Segundo ele, os agentes chegaram ao local após denúncias anônimas. Diante da grande quantidade do produto, foram necessários quatro veículos para fazer o transporte até a delegacia. “Usamos uma caminhonete com caçamba aberta para transportar os dois toneis, dois veículos com os porta-malas cheios de álcool em gel fracionados, além de outro veículo também com uma grande quantidade de produto”, detalhou.

Produtos de limpeza

Além do álcool em gel que era produzido irregularmente, as equipes constataram que o galpão também produzia produtos de limpeza sem autorização. O material também foi apreendido.

Outro lado

De acordo com o advogado Marcos Campos, que representa o homem que foi preso, seu cliente não é proprietário, nem compõe o quadro societário da empresa. Ele explicou que trata-se o seu cliente é representante comercial e que trabalha no local desde novembro do ano passado. O advogado ressaltou que não representa a empresa.

Questionado sobre se o seu cliente tinha ciência da fabricação irregular do álcool em gel, Marcos pontuou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, na última sexta-feira (20), que não havia a necessidade de autorização prévia para produzir o insumo. “É controversa essa questão (alegada pela Guarda Municipal) de ser uma produção ilegal, porque segundo essa resolução, a empresa não precisaria de autorização prévia por já fabricar produtos de limpeza”, disse.

Ainda segundo o advogado, os produtos apreendidos estavam no meio da cadeia de produção e ainda não tinham sido comercializados. Sobre os produtos de limpeza que também estariam sendo fabricados de maneira irregular, Campos disse que os guardas municipais não analisaram a documentação, mas não garantiu que a produção estivesse em conformidade já que não é advogado da empresa.