Crime aconteceu em 2016

Acusados de matar estudante na porta de boate vão a julgamento em Contagem

Dos três envolvidos no crime, dois são ex-policiais militares e estão presos; o terceiro, um corretor de seguros, está foragido há três anos

Por Letícia Fontes
Publicado em 12 de setembro de 2019 | 07:45
 
 
 
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Os três acusados de espancar até a morte Cristiano Guimarães Nascimento, à época com 22 anos, na porta de uma boate em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, estão sendo julgados nesta quinta-feira (12). Os réus são acusado de homicídio qualificado, cometido por motivo fútil. O crime aconteceu em 2016. 

Jonas Moreira Martins e Jonathas Elvis do Carmo são ex-policiais e estão presos. O terceiro acusado, o corretor de seguros Célio Gomes da Silva, está foragido desde 2016. O mandado de prisão contra ele foi expedido quatro dias após o crime, mas ele nunca foi encontrado. 

Segundo o inquérito policial, as agressões começaram após uma confusão na fila de pagamento. Em seu depoimento à polícia, o dono da boate afirmou que a vítima teria discutido brevemente com os acusados, que tentaram furar a fila. 

Para o Ministério Público, o policial Jonas foi o principal agressor. Seus colegas, Célio e Jonathas, no entanto, teriam intimidado, agredido e dispersado as pessoas, enquanto a vítima era espancada.

Câmeras de segurança localizadas na saída da boate ajudaram a identificar os acusados. A arma de um dos ex-policiais também foi encontrada no local. Ela teria caído durante o espancamento.

Revolta

Reunidos na porta do fórum de Contagem, familiares e amigos de Cristiano pedem justiça. 

Para o irmão do estudante de direito, Fabiano Guimarães, já são três anos sem respostas e indignação. “Nada que for feito vai trazer ele de volta. Queremos justiça. Pelo menos a justiça de divina vai ser feita, eu espero. Os três são culpados. Eles não são homens, são animais, pessoas que matam outras. É muito difícil saber que uma pessoa que está foragida, tem um advogado aqui representando-a”, afirmou. 

“A saudade é muito grande. Era um menino de paz, ele já estava quase formando em direito, tinha boa índole. Era um menino amigos de todos. Eram policiais armados dentro de uma boate. Foi o meu filho agora, mas amanhã pode ser o filho de qualquer um assassinado por covardes”, desabafou o pai de Cristiano, Alvaro Abilio Nascimento Neto. 

Defesa

Para a defesa de Célio, o corretor não matou ninguém e que ele não pode ser responsabilizado pelo resultado da agressão. Segundo a defesa, o que ocorreu foi uma briga generalizada. 

Já a defesa do policial Jonathas Elvis alegou que ele não agiu com a intenção de matar a vítima e que não foi o autor das agressões. Para os advogados do ex policial, Cristiano teria provocado o réu, e o caso seria de lesão corporal seguida de morte.

De acordo com o advogado de Jonas Moreira, Lúcio Adolfo, seu cliente não agiu com a intenção de matar e que não esperava que fosse atingir região vital do corpo da vítima. Ele também alega que o caso seria de lesão corporal seguida de morte. “Existe uma diferença muito grande em dizer que ele queria a morte do Cristiano. O Cristiano estava com cinco amigos, se ele quisesse matar ele tinha matado os demais, ele estava armado”, ressaltou.

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