Centro-Oeste de Minas

Adolescente que estava desaparecida em Formiga foi estuprada e morta por asfixia

O suspeito do crime é um usuário de drogas que pretendia roubar o celular da adolescente, mas depois decidiu estuprar a menina e a enforcar com o casaco dela

Por Natália Oliveira
Publicado em 08 de junho de 2020 | 11:57
 
 
 
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O encontro de Maria Eduarda Aparecida Silva, de 15 anos, com um adolescente  na praça do Tiro de Guerra em Formiga, no Centro-Oeste de Minas Gerais, foi interrompido por um crime brutal. Na última terça-feira (2), a menina saiu de casa por volta de 19h e no caminho foi abordada por um homem de 26 anos que roubou seu celular. O suspeito não ficou satisfeito só com o aparelho e decidiu cometer mais crimes contra a adolescente, que terminaram em uma morte hedionda. O criminoso perseguiu a adolescente e a obrigou a entrar em uma mata, onde ela foi estuprada e estrangulada, com o próprio casaco, até a morte. 

Maria Eduarda saiu de casa para encontrar um adolescente da idade dela com quem ela tinha um relacionamento amoroso. O encontro foi marcado pelo Whatsapp. A mãe combinou com a filha que ela deveria estar em casa às 22h30. Como a menina costumava cumprir os horários e a mãe acordava cedo para trabalhar no dia seguinte, a mulher resolveu dormir. No entanto, na quarta-feira (3) ela viu que a filha não tinha chegado em casa. A mãe ligou para o telefone de Maria Eduarda e o aparelho estava desligado. 

Já na quarta começaram as buscas pela adolescente e neste domingo, o corpo dela foi encontrado. O delegado Tiago Veiga, que estava à frente das investigações, revelou que o suspeito confessou o crime e disse que escolheu a vítima de forma aleatória. “Ele disse que a intenção era subtrair o celular da menina. O suspeito anunciou o assalto, a  rendeu e a partir daí o crime evoluiu para a morte da Maria Eduarda. Ele a escolheu de forma aleatória, deu um golpe conhecido como gravata nela até ela desfalecer, a estuprou e depois a enforcou até a morte com o casaco que ela usava”, contou.

Segundo o delegado, a identificação do suspeito se deu por meio de câmeras de segurança da cidade. “Pelas câmeras foi possível ver o trajeto da vítima e suspeito. O tempo todo ele a persegue e depois sai sozinho da mata, dispensa o chip e vai embora. Por meio de um drone, encontramos o corpo dela. O suspeito morava nas ruas da cidade e foi preso nesta segunda-feira (8) próximo a uma padaria”, explicou Veiga. 

Após exames periciais no corpo de Maria Eduarda, a polícia concluiu que ela tinha sido estuprada. “Não há dúvidas que houve violência sexual e o suspeito colaborou fornecendo seu material genético para comprovar a autoria dele”, complementou o delegado. 

De acordo com a polícia, o suspeito vendeu o celular da adolescente após o crime e a prisão contra ele já tinha sido representada na semana passada. Ele tem diversas passagens pela polícia pelos crimes de furto e roubo e é usuário de drogas. Ainda segundo a polícia, o homem mora nas ruas da cidade.

O homem vai responder pelos crimes de latrocínio - roubo seguido de morte - com pena de 12 até 30 anos de prisão e estupro cujo a pena é de 6 a 12 anos. As penas podem ser aumentadas por qualificadoras como matar por motivo fútel.

A Polícia chegou a investigar se o adolescente com quem a menina foi se encontrar tinha participação no crime, no entanto, ficou confirmado que ele não está envolvido na morte. 

Mãe infarta ao saber do crime 

Ao saber sobre o encontro do corpo da filha,  a mãe de Maria Eduarda infartou e precisou ser socorrida para o hospital. A mulher tem problemas de coração e não suportou a notícia. Ela está internada e muito abalada  não conseguiu dar entrevista.

A madrinha de Maria Eduarda, Lorena Brito, de 34 anos, disse que a família está em choque com o ocorrido. "Ela deixou uma avó com câncer e duas irmãnzinhas mais novas que ainda não sabem do crime. É uma dor inexplicável, a mãe o pai dela estão sofrendo muito. Não estamos conseguindo assimilar a dor", contou Lorena. 

Segundo ela, a afilhada era uma menina muito meiga, doce e inocente e tinha o sonho de fazer faculdade. "Nós somos de família pobre e ela queria estudar e melhorar de vida. Ela estava na fase de descobrir o mundo. Eu clamo por justiça, que esse homem pague pelo que ele fez. Peço justiça pela Maria Eduarda e por todas as mulheres que são abusadas e mortas dessa forma", concluiu. 

Família tinha esperança de encontrar adolescente viva 

Em vídeo gravado e postado nas redes sociais na semana passada a mãe da vitima mostra que ainda tinha esperança de encontrar a filha e pedia para que a menina voltasse. “Maria Eduarda, eu te amo tanto. Volta logo, por favor. Todo mundo aqui está desesperado, Duda. Te amo, por favor. Se alguém estiver com ela, me dê notícias, por favor. Traz minha filha de volta, eu não vou fazer nada com você”, implorou nas imagens que duram cerca de um minuto.

O crime causou uma grande comoção social na cidade. Maria Eduarda não tinha nenhum envolvimento com a criminalidade. Desde o desaparecimento dela os moradores da cidade se mobilizaram para procurá-la.

 

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