Carnaval cancelado

Agência dá golpe e impede viagem de mineiros para Porto Seguro

Responsável pela empresa de turismo alegou infarto, mas depois disse ter sido roubada por agente; pelo menos dez pessoas procuraram a polícia

Por Gustavo Lameira
Publicado em 15 de fevereiro de 2015 | 14:30
 
 
 
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A última sexta-feira 13 foi de azar para cerca de 150 foliões mineiros. O grupo adquiriu passagens em uma agência de turismo para curtir o carnaval em Porto Seguro (BA). Só na hora do embarque os passageiros ficaram sabendo do cancelamento da viagem ou possível fraude. A responsável alegou ter sofrido um infarto.

A atendente Bruna Arruda Viana, de 24 anos, pagou R$ 1.096 para ela e o marido viajarem, e reclama não ter recebido nem sequer um telefonema da agência "Lita e Dudu Turismo", explicando a situação.

"Compramos as passagens no dia 17 janeiro pra viajar entre os dias 13 de fevereiro (sexta) e o dia 18 (quarta-feira de Cinzas), mas o nome da pousada ela nunca revelou. Ninguém me avisou nada. Na hora de viajar é que descobrimos o golpe", relatou Bruna.

Os preços cobrados, segundo a denúncia, variavam de R$ 600 a R$ 630 para dormitórios de solteiros e R$ 800 para o quarto de casal. O embarque aconteceria na rua dos Tupinambás, no centro da capital, no dia 13 de fevereiro, às 18h.

"Quando percebemos que não ia mesmo ter o especial, ligamos pro telefone do contrato, e a filha dela disse que ela tinha infartado, por isso a viagem tinha sido cancelada. A filha disse que ela estava internada no Hospital São Francisco. Ligamos para lá, mas nenhum paciente com o nome dela havia dado entrada. Aí pegamos uma van e fomos registrar o boletim de ocorrência. Contamos a história, e os policiais ainda nos orientaram a procurar a mulher na casa dela e também a chamar a imprensa".

O endereço que constava no contrato de viagem, no bairro Dom Silvério, região Nordeste de BH, indicava o escritório da Lita e Dudu Turismo, que já teria sido "Rosa Morena Tur", desfeita por reclamações semelhantes.

Reincidente

Bruna foi até a empresa com outras seis pessoas que também passariam o carnaval em Porto Seguro. No local encontraram "Lita" sentada em uma cadeira, sem qualquer sintoma de um recém-infartado. "Ai, ela fingiu estar passando mal e já contou outra história. Disse que o agente de turismo dela, o guia, tinha sumido com o dinheiro e a deixado com um prejuízo de R$ 13 mil. Ela disse que ia resolver nosso problema na terça (17)", indignou-se.

Em frente à casa da suspeita, o grupo encontrou uma mulher que disse ter sido vítima da Lita, que na época era dona da Rosa Morena Tur. "A mulher contou para gente que já tinha viajado com ela (Lita) em 2013, e que deu tudo certo. Mas, em 2014, passou pelo mesmo problema e cobra dela na Justiça. Ela pagou R$ 800 mais R$ 3.150 no cartão, não viajou nem recebeu o dinheiro de volta. Ela disse ainda que Lita dá o golpe e depois muda o nome da empresa", finalizou.

A reportagem do Portal O TEMPO tentou contato com a agência de viagem nos telefones fornecidos pela denúncia (impressos no contrato). Dois dos telefones não atenderam. Em um terceiro número, a pessoa que atendeu disse não ter qualquer ligação com o assunto.

A Polícia Militar confirmou a história, inclusive a declaração de danos causados pela suspeita a outros clientes em 2014, e o registro da ocorrência na noite da última sexta-feira (13).

A suspeita não foi localizada pelos policiais, e o caso encaminhado para a 4ª Delegacia Seccional Centro.

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