Após 24 horas da morte, corpo de motorista é liberado do IML de Belo Horizonte

O corpo de Anderson Melo, de 44 anos, foi liberado do Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte na tarde desta quarta-feira (27). O motorista de caminhão reboque foi morto por um delegado da Polícia Civil de Minas Gerais após uma briga de trânsito. Ainda não há horário para velório e sepultamento.

A liberação do corpo aconteceu depois de 24 horas do homicídio ter sido registrado no Complexo da Lagoinha.

“A Polícia Civil informa que o corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal Dr André Roquette, em Belo Horizonte, onde foi submetido aos exames cabíveis e encontra-se liberado aguardando a retirada pelos familiares”, diz a nota da corporação.

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O velório e sepultamento de Anderson acontecerá no Cemitério Municipal do Centro de Igarapé, na região metropolitana de Belo Horizonte, no entanto não está definido o horário. A previsão é de que aconteça na manhã desta quinta-feira (28). 

Protesto pedindo justiça

Motoristas de caminhão reboque realizaram nesta tarde manifestação cobrando a investigação das autoridades pela morte de Anderson. Mais de 100 veículos participaram do ato que teve início no Anel Rodoviário.

Em entrevista à reportagem de O TEMPO, uma amiga de Anderson, que participou do ato, contou sobre a reivindicação do grupo. “Queremos que não seja feita injustiça igual está acontecendo neste momento. Está havendo distorção dos fatos, cobertura das evidências. O delegado já foi liberado alegando que agiu em legítima defesa. O Anderson nem teve tempo de reagir”, disse em anonimato.

A atitude do delegado é duramente criticada pelo grupo de manifestantes. “O delegado atirou para matar e não intimidar”. Os amigos de Anderson chegaram a criticar a liberação do delegado e a demora para o IML fazer o mesmo com o corpo do motorista.

Relembre o caso

Anderson Cândido Melo foi morto na tarde de terça-feira (26), no Viaduto Oeste, no Complexo da Lagoinha. O delegado envolvido estava em uma viatura descaracterizada quando teria sido fechado pelo caminhão, o que deu início a uma discussão.

Após algum tempo, o policial teria atravessado a viatura na frente do reboque da vítima e efetuou um único disparo, que atingiu o pescoço do homem. A vítima chegou a ser socorrida para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, onde passou por um procedimento cirurgico. No entanto, ele não resistiu e veio a óbito no local. A vítima deixa quatro filhos, sendo três meninas e um menino.

Ainda na tarde desta quarta, motoristas de caminhão reboque realizaram uma carreata em manifestação para cobrar que as autoridades investiguem devidamente o assassinato de Anderson Melo pelo policial. O corpo do motorista assassinado também foi liberado do IML de BH na tarde de quarta, quase 24h depois da morte.