Manifestação

Ativistas ocupam Funarte contra o fim do Ministério da Cultura

Os manifestantes não reconhecem o governo Temer e protestam contra a extinção do MinC e outras políticas adotadas pelo presidente interino e que ferem os direitos humanos

Por JULIANA BAETA
Publicado em 15 de maio de 2016 | 21:05
 
 
 
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Em protesto contra a extinção do Ministério da Cultura (MinC), artistas e profissionais da cultura deram início na noite deste domingo (15) à ocupação da Fundação Nacional de Artes (Funarte) de Minas Gerais, órgão subordinado ao extinto ministério. O movimento começou como um debate sobre as medidas adotadas pelo presidente interino Michel Temer, mas foi ampliado nas redes sociais e acabou se consolidando nesta noite como ocupação.

O ato contou com cerca de 400 pessoas na rua Januária, bairro Floresta, região Leste da capital, onde está localizada a Funarte. Entre os manifestantes estão artistas, estudantes, professores, ativistas da cultura e dos direitos humanos e militantes também de outras ocupações, como da Tina Martins. A ideia é organizar uma programação e grupos que irão se revezar ocupando o local dia e noite. 

Um dos principais motes dos manifestantes é o não reconhecimento de um governo Temer. "Não reconhecemos este governo e a discussão não vai parar só no MinC. Ela vai ser ampliada para outras áreas que também estão sendo cortadas por Temer e que ferem os direitos das mulheres, dos negros, os direitos humanos", explica a atriz, diretora e ativista Cida Falabella.

Para ela, o impacto causado pelo fim do MinC é imensurável. "O MinC sempre foi uma construção complexa e que passou por vários momentos como a separação com o Ministério da Educação e uma verba própria. Sem falar nas conquistas que ainda estavam acontecendo como a construção da política das artes, a abertura para que os trabalhos artísticos e culturais cheguem a uma parte maior da população e atinja as minorias. Sua extinção é muito grave e algo emblemático deste governo. Não é a toa que extinguiram um mecanismo que provoca o pensamento e a reflexão crítica", conclui.

A polêmica em torno do MinC começou depois que o presidente interino Michel Temer anunciou que fundiu os ministérios da Cultura e da Educação em uma única pasta. Além disso, medidas como a extinção do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, o fim da Controladoria Geral da União (órgão independente responsável por fiscalizar as contas do governo) e a própria ausência de mulheres e negros no alto escalão do governo também se tornaram alvo de críticas.  


 

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