A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu, nesta quarta-feira (4), um dos traficantes mais procurados do Estado. Luiz Henrique Nascimento do Vale, mais conhecido como Totó, foi detido na cidade de Balneário Camboriú, em Santa Catarina.

O bandido estava foragido desde dezembro de 2017, quando teria fugido Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, pela porta da frente. Ainda não se sabe como foi feita a operação dos investigadores, da Delegacia Especializada em Crimes Contra o Patrimônio (Depatri).

O criminoso lidera a quadrilha acusada de matar dois advogados em Belo Horizonte. O mais recente aconteceu em fevereiro de 2018, quando bandidos atiraram várias vezes em direção a Adriano Costa Vale quando ele saía de casa no Bairro Santa Cruz, Região Nordeste da capital mineira.

O outro crime de que quadrilha é acusada aconteceu em outubro de 2013, quando o advogado Jayme de Oliveira, contratado para fazer a defesa da quadrilha nos tribunais, foi executado por dois homens encapuzados na entrada do prédio em que morava, no Bairro Castelo, na Pampulha.

Investigações da época apontaram que o advogado recebeu a quantia de R$ 100 mil para atuar na defesa de membros da quadrilha, mas não conseguiu liberar os criminosos, que pediram o dinheiro de volta. Ao negar, o defensor foi executado.

Fuga da prisão

Condenado a 53 anos de detenção pelos crimes de tráfico de drogas, assalto a banco, formação de quadrilha e homicídios, em dezembro de 2017, apenas 17 meses depois de ter sido preso, o traficante fugiu do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, pela porta da frente. 

Como informou O TEMPO na época, investigações do Ministério Público apontam um esquema de corrupção que, dentre outros presos, teria beneficiado o Totó. Fontes ouvidas pela reportagem garantiram, na época, que o criminoso teria pago a quantia de R$ 600 mil para poder sair da penitenciária pela porta da frente. 

A fraude teria sido cometida no Setor de Arquivos e Informações da Polícia Civil (Setarin), responsável por manter atualizado o acervo de mandados de prisão. O esquema criminoso, integrado por advogados, policiais civis e agentes penitenciários, beneficiava detentos de alta periculosidade e elevado poder aquisitivo, movimentando ilicitamente milhões de reais em propinas pagas aos servidores públicos, conforme informou a Polícia Civil.