Mais de 1.600 veículos já foram abordados nas dez barreiras sanitárias instaladas nos limites de Belo Horizonte a partir desta segunda-feira (18). Conforme balanço parcial divulgado pela prefeitura, foi realizada a aferição de temperatura e aplicação de questionários simples em 3.768 pessoas. Desse total, 27 tiveram sintomas de coronavírus identificadas – o número corresponde a menos de 1% das abordagens.
O Secretário Municipal de Saúde, Jackson Pinto Machado, lembra que quando há identificação da suspeita, é realizado um encaminhado para que a pessoa procure o sistema de saúde. "O direito de ir e vir não vai ser cerceado. Cabe orientar a quem está doente procurar um serviço de saúde. Às vezes, a Polícia Militar pode acionar para levar para que procure o serviço (de saúde). É crime estar doente e estar transmitindo", completou.
De acordo com o dirigente, as barreiras são educativas e ainda ajudam a detectar quem teve contato com pessoas doentes na capital mineira. Além de ajudar a traçar as próximas estratégias para controle da pandemia, o objetivo da medida é monitorar a circulação do vírus na cidade.
Sobre o questionário aplicado, Jackson Machado explica que são perguntas simples e permitem apurar com até 70% de exatidão se há um caso suspeito de Covid-19. "São perguntados sobre sintomas respiratórios, além de perda de olfato e paladar. É um conjunto de questões suscitadas, mas suficientes", afirma.
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Ainda segundo o secretário, será realizada uma avaliação até o fim desta semana sobre a efetividade das abordagens. Inicialmente, estavam previstas 18 barreiras sanitárias e, que podem até não serem instaladas em sua totalidade, já que existem conflitos de jurisdição em relação às rodovias que cortam Belo Horizonte. Elas seguem em funcionamento de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.
"O direito de ir e vir não vai ser cerceado. Cabe orientar a quem está doente procurar um serviço de saúde. Às vezes, a PM pode acionar para levar para que procure o serviço (de saúde). É crime estar doente e estar transmitindo", disse o prefeito Alexandre Kalil.
Conduções coercitivas
Sobre a possibilidade de condução coercitiva das pessoas que forem pegas com sintomas de Covid-19 nas barreiras, e recusarem tratamento, há possibilidade de condução coercitiva pelas forças de segurança.
“Há um objetivo que não é segurança, mas a saúde nas barreiras. O que se pretende ali é orientar no sentido de favorecer a própria segurança das pessoas. Toda natureza de uma ocorrência policial pode ter vários desdobramentos. Pode ter responsabilidade criminal sim, mas o maior interesse no encaminhamento (para unidade da saúde) é da própria pessoa. Quanto mais rápido for, mais rápido vai superar a doença”, explicou Rodrigo Sérgio Prates, comandante da Guarda Municipal de Belo Horizonte.