'Belo Horizonte é uma cidade que venceu a fome', afirma Lacerda

Mesmo com obras de restaurante popular atrasadas desde 2013, o prefeito Márcio Lacerda garantiu que Belo Horizonte é referência na distribuição de alimento gratuito para população. A fala foi feita nesta quinta-feira (15), durante uma cerimônia em Milão, na Itália, da cúpula de prefeitos para assinatura de um pacto voltado para a segurança alimentar e a sustentabilidade mundial.

Segundo Lacerda, a capital mineira “foi a primeira cidade do Brasil a adotar uma política de alimentação gratuita para os moradores de rua. Enfim, Belo Horizonte é uma cidade que venceu a fome. Em Belo Horizonte ninguém precisa passar fome. Todos podem contar com a assistência da Prefeitura”, afirmou o prefeito.

O  advogado Joviano Mayer, do Coletivo Margarida Alves, questionou a posição do prefeito mineiro. “Ele já veio a público várias vezes para dizer à população para não dar comida às pessoas que moram na rua. Essa política da Prefeitura não foi acolhedora em nenhum sentido. Se Belo Horizonte for referência em alguma coisa com relação à população de rua, é no quesito violação de direitos humanos, com recorde de homicídios. São mais de 100 entre 2013 e 2014”, argumenta.

O documento, assinado pelos prefeitos de diversas cidades, nesta quinta-feira (15), será entregue oficialmente ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) Ban Ki-moon nesta sexta-feira (16).

O Pacto pela Política Alimentar Urbana (Urban Food Policy Pact) é um protocolo internacional com o objetivo de desenvolver uma política alimentar global abrangente, que considere todos os aspectos dos ciclos alimentares urbanos, da produção ao consumo, do processamento à distribuição. A cerimônia aconteceu durante um encontro da cúpula dos prefeitos “Mayors Summit” que reúne gestores de diversos países pra discutir a segurança alimentar e nutricional.

Durante o evento, Lacerda ressaltou a importância do enfrentamento à questão da falta de alimentação para a pessoas. “A fome ainda é um problema que afeta populações de todos os continentes. E cada cidade que tem experiências positivas pode contribuir para combater este problema. Uma boa e eficiente política de segurança alimentar também faz parte da sustentabilidade mundial”, disse.

O documento foi assinado por prefeitos de 100 cidades, de diversas partes do mundo, como Moscou (Rússia), Dakar (Senegal), Barcelona (Espanha), Atenas (Grécia), Astana (Cazaquistão), Bruxelas (Bélgica) e Dubai (Emirados Árabes Unidos).

Os signatários comprometem-se em trabalhar pelo desenvolvimento de sistemas alimentares sustentáveis, inclusivos, resilientes, seguros e diversificados, a fim de assegurar comida saudável e acessível a todos; reduzir os desperdícios de alimentos e preservação da biodiversidade; envolver todos os setores dentro do sistema alimentar (incluindo autoridades vizinhas, organizações técnicas e acadêmicas, sociedade civil, pequenos produtores e do setor privado) na formulação, implementação e avaliação de todas as políticas, programas e iniciativas ligadas à alimentação; revisar e alterar políticas urbanas, planos e regalamentos existentes, a fim de incentivar a criação de sistemas alimentares equitativas, fortes e sustentáveis.

Restaurante Popular II

O Restaurante Popular II, no bairro Santa Efigênia, área hospitalar de Belo Horizonte, foi fechado em 2013, teoricamente "para reformas". A obra, no entanto, demorou pelo menos um ano para começar.

A estrutura segue fechada, e de acordo com a previsão da PBH, deve ser aberto em janeiro de 2016. Segundo a Prefeitura, foram investidos  R$ 3.149.270,75. O local servirá aproximadamente 4.150 refeições, sendo cerca de 300 no café da manhã (7h às 8h), 3.500 no almoço (11h às 14h) e 350 no jantar (17h30 às 19h30).

Ouça o áudio com o discurso do prefeito Márcio Lacerda, durante evento na Itália. Clique AQUI.