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Black Friday ganha mais um dia em BH, e clientes aproveitam sábado de compras

Houve movimento no centro da capital nesta manhã, mas muitos lojistas não se entusiasmaram com as vendas

Por Manuel Marçal
Publicado em 27 de novembro de 2021 | 12:19
 
 
 
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Lojas mais cheias e preços mais baratos. Essa era a expectativa de lojistas e clientes neste sábado (27) de Black Friday. A reportagem de O TEMPO percorreu o hipercentro de Belo Horizonte. 

Diferentemente de anos anteriores - com filas de pessoas dobrando o quarteirão e congestionamento de carros - o centro estava movimentado.

Abraão e Fernanda vieram com os filhos de Esmeraldas para fazer compras e chegaram às 7h da manhã. "Viemos comprar roupa e estamos olhando presente para o Natal", conta Abrãao Fernando Oliveira com as mãos cheias de sacola. Eles estipularam R$ 1300,00 como valor limite para o gasto. Não muito entusiasmados, reclamaram dos preços. "Não estou achando as coisas baratas. Os preços não estão me surpreendendo", afirma Juliana Francisco Oliveira.

Quem preferiu deixar as crianças em casa como uma forma de economizar nas compras foi a diarista Eliana José Andrade, 40. Ela tinha acabado de sair de uma loja de calçados na Rua Curitiba com Amazonas. "Tinha muito tempo que eu queria comprar  um tênis para mim e agora consegui". Segundo conta, pagou R$119,00 no produto e considerou o preço bom. "Pesquisei bastante", revela. Em seguida, disse que iria aproveitar a Black Friday para adiantar as compras de Natal. "Tenho dois meninos pequenos", conclui.

Pesquisar na internet e ver o produto na loja foi a estratégia de Ludmila de Carvalho Vieira, 42 anos. Acompanhada do marido, a pedagoga conta que os dois monitoraram o valor do fogão nos últimos seis meses. "Conseguimos achar por R$200,00 mais barato", diz. Na loja de eletrodomésticos na Rua Paraná encontraram o preço mais caro do que anunciado na internet. "A gerente cobriu a oferta", conclui.

Na rua Carijós com Curitiba, Regina Laves Ferreira entrou em uma loja de eletrodomésticos para ver quanto estava o preço da sanduicheira. "Eu sai para isso, para achar um bom preço", conta a dona de casa que não quer pagar mais do que R$99,00 no produto. "Pra mim, o preço não está tão bom. Vou continuar pesquisando".

Lojistas não se entusiasmam com a movimentação 

"Antes aqui e as lojas envolta davam fila no quarteirão de clientes", reclama a gerente de uma loja de artigos femininos na Rua Carijós. Ela pediu para não ser identificada. "Trabalho aqui há 45 anos e nunca a rua vazia desse jeito", afirma, "Nem está parecendo Black Friday, amigo. Os tempos mudaram", arremata. "O povo está sem dinheiro". Preocupada com o faturamento, disse que a semana foi fraca em termos de movimentação. "Só Deus pra ajudar", lamentou.

Na mesma rua, um locutor de porta de loja de eletrodomésticos fala que foi contratado para três dias de Black Friday."Meu trabalho é importante para atrair o cliente", conta otimista Paulo Magalhães, 31, ao ver o entra e sai de pessoas. "Esperava que tivesse mais pessoas aqui hoje. A chuva deu uma atrapalhada", observa. "O centro tá vazio", avalia.

O orçamento apertado do brasileiro na pandemia e o crescimento da vendas on-line são dois fatores que explicam o baixo movimento na loja de enxoval de bebês na Rua Tamios com Rua São Paulo. Quem faz essa avaliação é a funcionária Priscila Silva Dias que trabalha há oito anos no local. "A expectativa está baixa para hoje. Ontem, não batemos nem metade da meta", observa ao elencar que em anos anteriores de Black Friday as vendas eram surpreendentes. A gerente da loja corroborou a visão da colega e conta que abriram às 9h. "Vamos ver se melhora ai até o fim do dia", diz a mulher que preferiu nao se identificar. 

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