Resgate

Bombeiros vão diminuir efetivo atuando em buscas de vítimas em Brumadinho

Com início do período chuvoso, militares devem ser deslocados para atuar em outras regiões

Por Letícia Fontes
Publicado em 30 de agosto de 2019 | 16:23
 
 
 
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Após setes meses de buscas ininterruptas, o efetivo do Corpo de Bombeiros atuando em Brumadinho pode ser reduzido nos próximos meses, segundo o comandante geral da corporação, coronel Edgard Estevo da Silva. A proximidade do início do período chuvoso, em outubro, é uma das preocupações. Apesar da redução, o militar destaca que ainda não tem previsão de término das operações de buscas pelos restos mortais das vítimas da tragédia da Vale. Até hoje, 22 pessoas seguem desaparecidas e 248 corpos foram localizados.

"Continuamos trabalhando em respeito às familiares. Encontramos segmentos diariamente. Enquanto os equipamentos conseguirem identificar, vamos continuar. Teremos que mudar a estratégia em razão das chuvas, mas não vamos abandonar as famílias. Teremos que avaliar o número de bombeiros em razão das frentes de trabalho que vão dar as condições sem qualquer tipo de risco a corporação", explicou o comandante durante o aniversário de 108 da corporação.

Segundo o coronel, os equipamentos usados nas buscas também vão ser alterados. "Até agora, nós já trabalhamos com aproximadamente 12% do rejeito e identificamos mais 92% dos corpos. É um trabalho de inteligência, não escavamos em locais aleatórios. Vamos voltar a usar os equipamentos que usamos na primeira fase quando a lama estava mais liquefeita", destacou.

Queimadas. 

De janeiro a julho deste ano, o Corpo de Bombeiros registou 8.928 incêndios em vegetação.Segundo os bombeiros, foram 2.122 ocorrências a mais de queimadas em comparação com o mesmo período do ano passado, o que representa um crescimento de cerca de 31,2%.

Segundo o comandante geral da corporação, coronel Edgard Estevo da Silva, cerca de 95% desses incêndios acontece de forma criminosa. "A grande questão é a identificação, a maioria dos incêndios são criminosos. Nós continuamos atuando tanto dentro dos parques protegidos quanto fora, nos lotes vagos e em beira de estrada. Pedimos sempre é a conscientização de toda a população para que possa atuar de forma preventiva e não por uma negligência por não acreditar que uma simples bituca de cigarro pode provocar um grande incêndio", afirmou. 

Nos próximos dia, para auxiliar no combate aos incêndios que atingem a Amazônia Legal, o Corpo de Bombeiros irá disponibilizar 22 militares. Além dos homens, que estarão equipados com proteção individual, também serão enviados duas caminhonetes equipadas com kits-reservatório para 600 litros de água, para até 20 dias de atuação, com rendições automáticas e um helicóptero. "Só estamos aguardando o ordem por parte da Secretaria  Nacional de Segurança Pública para o deslocamento", confirmou o comandante.

Efetivo.

Atualmente, os bombeiros estão em 73 municípios. A expectativa é ampliar a presença dos militares para outras 57 cidades mineiras, totalizando 130 municípios até 2026. Apesar do aumento de unidades, a corporação garante que o efetivo atual é suficiente. 

"Para 130 municípios, nós temos condição de manter através da própria lei de efetivo hoje existente. A  lei de efetivo fala hoje em 7999 homens. Neste terminaremos o ano com mais duas unidades, fechando em 75 municípios", avaliou  o coronel Edgard Estevo da Silva. 

 

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