Após setes meses de buscas ininterruptas, o efetivo do Corpo de Bombeiros atuando em Brumadinho pode ser reduzido nos próximos meses, segundo o comandante geral da corporação, coronel Edgard Estevo da Silva. A proximidade do início do período chuvoso, em outubro, é uma das preocupações. Apesar da redução, o militar destaca que ainda não tem previsão de término das operações de buscas pelos restos mortais das vítimas da tragédia da Vale. Até hoje, 22 pessoas seguem desaparecidas e 248 corpos foram localizados.
"Continuamos trabalhando em respeito às familiares. Encontramos segmentos diariamente. Enquanto os equipamentos conseguirem identificar, vamos continuar. Teremos que mudar a estratégia em razão das chuvas, mas não vamos abandonar as famílias. Teremos que avaliar o número de bombeiros em razão das frentes de trabalho que vão dar as condições sem qualquer tipo de risco a corporação", explicou o comandante durante o aniversário de 108 da corporação.
Segundo o coronel, os equipamentos usados nas buscas também vão ser alterados. "Até agora, nós já trabalhamos com aproximadamente 12% do rejeito e identificamos mais 92% dos corpos. É um trabalho de inteligência, não escavamos em locais aleatórios. Vamos voltar a usar os equipamentos que usamos na primeira fase quando a lama estava mais liquefeita", destacou.
Queimadas.
De janeiro a julho deste ano, o Corpo de Bombeiros registou 8.928 incêndios em vegetação.Segundo os bombeiros, foram 2.122 ocorrências a mais de queimadas em comparação com o mesmo período do ano passado, o que representa um crescimento de cerca de 31,2%.
Segundo o comandante geral da corporação, coronel Edgard Estevo da Silva, cerca de 95% desses incêndios acontece de forma criminosa. "A grande questão é a identificação, a maioria dos incêndios são criminosos. Nós continuamos atuando tanto dentro dos parques protegidos quanto fora, nos lotes vagos e em beira de estrada. Pedimos sempre é a conscientização de toda a população para que possa atuar de forma preventiva e não por uma negligência por não acreditar que uma simples bituca de cigarro pode provocar um grande incêndio", afirmou.
Nos próximos dia, para auxiliar no combate aos incêndios que atingem a Amazônia Legal, o Corpo de Bombeiros irá disponibilizar 22 militares. Além dos homens, que estarão equipados com proteção individual, também serão enviados duas caminhonetes equipadas com kits-reservatório para 600 litros de água, para até 20 dias de atuação, com rendições automáticas e um helicóptero. "Só estamos aguardando o ordem por parte da Secretaria Nacional de Segurança Pública para o deslocamento", confirmou o comandante.
Efetivo.
Atualmente, os bombeiros estão em 73 municípios. A expectativa é ampliar a presença dos militares para outras 57 cidades mineiras, totalizando 130 municípios até 2026. Apesar do aumento de unidades, a corporação garante que o efetivo atual é suficiente.
"Para 130 municípios, nós temos condição de manter através da própria lei de efetivo hoje existente. A lei de efetivo fala hoje em 7999 homens. Neste terminaremos o ano com mais duas unidades, fechando em 75 municípios", avaliou o coronel Edgard Estevo da Silva.