BR-040

Briga entre torcedores do Cruzeiro e Goiás deixa dez feridos e 31 detidos

Entre as vítimas, dois cruzeirenses foram baleados

Por Carolina Caetano
Publicado em 06 de maio de 2019 | 06:08
 
 
 
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Ao menos dez pessoas ficaram feridas - entre elas duas baleadas - após torcedores da Máfia Azul, do Cruzeiro, atacarem um ônibus e duas vans da torcida do Goiás que seguiam para casa, na noite desse domingo (5), ao fim do jogo dos times pelo Campeonato Brasileiro. O ato de vandalismo aconteceu na BR-040, altura de Sete Lagoas, na região Central do Estado. Ao todo, 31 cruzeirenses, com idades de 18 e 33 anos, foram conduzidos à delegacia.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o primeiro ato de vandalismo ocorreu na altura do KM 473 da rodovia, no sentido Brasília. Os torcedores do Goiás se preparavam para ir embora quando os veículos foram cercados por cruzeirenses que apedrejaram a torcida adversária.

Para tentar impedir uma tragédia, os motoristas se deslocaram para um posto de combustíveis, onde foram perseguidos e continuaram sendo apedrejados. Um outro ônibus de viagem estava estacionado no local - que não tinha relação com as torcidas - e também foi atacado. Ele seguia de São Paulo para Januária, Norte de Minas. Dois passageiros ficaram feridos.

Como as agressões não paravam, os motoristas procuraram ajuda no posto da PRF da cidade, distante três quilômetros do posto de combustíveis. Lá, alguns dos feridos foram atendidos por equipes da Via 040, concessionária que administra a rodovia, com lesões leves.

Cenário de guerra

A Polícia Militar também foi acionada na BR-040 onde se deparou com 150 pessoas se agredindo mutuamente. Os criminosos arremessaram pedras contra os policiais, que usaram balas de borracha em resposta ao ataque. Segundo a corporação, ninguém foi atingido pelas balas.

Durante a ação, dois torcedores do Cruzeiro foram socorridos baleados. Eles, atingidos na região toráxica, contaram aos militares que torcedores do Goiás efetuaram os disparos, mas não souberam apontar os atiradores. Os dois torcedores passaram por cirurgia no hospital da cidade.

Do outro lado, dois torcedores do Goiás foram agredidos a pauladas e pedradas, sendo socorridos com várias lesões para mesma unidade de atendimento. O estado de saúde das vítimas não foi divulgado.

Plano

Ainda conforme o registro policial, torcedores da Máfia Azul contaram aos policiais que, após a partida no Mineirão, onde o time celeste venceu o placar 2 X 1, se organizaram para o ataque contra torcedores do Goiás. No entanto, a ação não foi possível devido à escolta que os torcedores adversários tiveram até a saída de Belo Horizonte. Não satisfeitos, os criminosos planejaram, através do WhatsApp, que os ataques ocorreriam próximo a Sete Lagoas. 

Dois dos presos foram localizados na cidade de Prudente de Morais, cidade vizinha. Todos os detidos foram encaminhados à Delegacia de Plantão de Sete Lagoas. Com os vândalos foram apreendidos 20 celulares, seis veículos e um soco inglês.

De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, os 31 conduzidos assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por agressão e foram liberados. O torcedor do Goiás que teria atirado contra duas vítimas não foi localizado e as diligências continuam.

Torcedores do Goiás seguiram viagem

Segundo o porta-voz da PRF, inspetor Aristides Júnior, nenhum torcedor do Goiás foi preso. "A nossa equipe tirou os torcedores do Goiás do local. No nosso posto, lavramos um boletim de ocorrência narrando o que aconteceu, enumerando as vítimas. Foram feitas as narrativas dos danos nos veículos, mas nenhum torcedor do Goiás foi detido. Eles foram vítimas de uma emboscada pela torcida organizada do Cruzeiro.  Feito todo esse procedimento, a equipe escoltou a torcida do Goiás até um trecho seguro para eles seguirem viagem", explicou o inspetor.

Sem posicionamento

A reportagem de O TEMPO tentou contato com as torcidas dos dois times. As ligações para a Máfia Azul não foram atendidas. Já a pessoa que atendeu em um dos telefones de uma das torcidas do Goiás, ao ser informada que a ligação era da imprensa, desligou o telefone e rejeitou as outras chamadas.

 

Atualizada às 11h32

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