No primeiro dia de trabalho para traficantes do Cabana Pai Tomás, na região Oeste de Belo Horizonte, um cabeleireiro, de 26 anos, não teve muita sorte. Ele e mais três suspeitos foram presos com 1.178 buchas de maconha e 79 porções menores da mesma droga, aproximadamente 1kg de cocaína, seis rádios comunicadores, dois celulares, duas balanças de precisão e R$ 124.
Os homens, de 25, 23 e 21 anos, já possuem passagens por tráfico. Mas, para um deles, é o primeiro crime que ele comete. "Eu não estava traficando, eu estava na atividade. Meu erro foi estar como olheiro", disse.
O suspeito disse que mora com o avô de 92 anos e que, na falta de emprego, pegou o "bico" no tráfico. "Eu trabalhava. Tive estúdio de tatuagem e salão de beleza, mas fui à falência. Não tive muita sorte no tráfico. Fui preso no meu primeiro dia", lamentou Guilherme, que não quis revelar quanto recebia como pagamento.
As buchas de maconha apreendidas tinham logomarcas com imagens de personagens da Disney. O cliente poderia escolher a droga do Mickey fumando um "baseado " ou do Pateta passando a língua na seda para enrolar o cigarro.
As porções menores tinham seda como brinde. "Eles estão inovando a cada dia, mas a gente está aí para combatê-los", disse o sargento Givaldo de Oliveira, do 5o Batalhão da Polícia Militar.
Segundo o PM, o material apreendido estava numa casa do Beco Alkmin, onde funcionava uma boca de fumo. "Cercamos todas as entradas, becos e vielas", disse.
Segundo o sargento, os presos são comandados pela mesma facção, formada pelas gangues Alkmin, Sete de Setembro e Pai Joaquim. "São os mesmos gerentes, os mesmos patrões. São muito bem arquitetados, os que mais vendem drogas no Cabana, mas hoje tiveram um prejuízo significativo", comentou o sargento.