Andamento

Caminhos de Minas asfalta  só 0,5% da extensão prevista 

Programa que prevê pavimentação de 8.122 km concluiu apenas 41,4 km em quatro anos

Por Bárbara Ferreira E Luiza Muzzi
Publicado em 30 de junho de 2014 | 03:00
 
 
 
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Lançado em junho de 2010 como um dos principais projetos do governo estadual, o programa Caminhos de Minas, que prevê a pavimentação de 8.122 km de estradas por todo o Estado, ainda não conseguiu traduzir em quilômetros asfaltados as melhorias previstas para 307 municípios. Depois de quatro anos, apenas 41,4 km de rodovias foram pavimentadas – o equivalente a 0,5% da extensão estipulada. Caso continue nesse ritmo, o programa precisará asfaltar, em média, a mesma quantidade que fez até agora a cada 11 dias, para que consiga alcançar a previsão estimada de conclusão dos trechos em dez anos de iniciativa, ou seja, em 2020.

Ao contrário de seu antecessor, o ProAcesso – que pavimentou 5.237,6 km desde 2004, sendo 1.581 km nos primeiros quatro anos –, o Caminhos de Minas ainda não avançou de forma significativa. Dos 248 trechos previstos, 101 já têm projetos prontos, mas apenas seis foram concluídos. Outras 39 obras estão em andamento, oito já foram contratadas e uma está em processo de licitação. Porém, 194 trechos, que somam 6.795 km, nem sequer foram licitados. (veja mais ao lado).

Apesar dos pequenos avanços, investimentos milionários já foram feitos no Caminhos de Minas, gerenciado pela Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) e executado pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais (DER–MG). Segundo o governo, já foram destinados mais de R$ 580 milhões para o programa, sendo R$ 75 milhões relativos aos projetos de engenharia e R$ 505,4 milhões referentes às obras executadas até o momento.

Os valores, porém, são inferiores às previsões de investimento. Conforme o Portal da Transparência do Estado, mais de R$ 3 bilhões em créditos foram autorizados pelo governo para o programa entre 2011 e 2014.

Posição. Em nota, o Estado diz que o valor aplicado no programa em um ano depende “de uma série de fatores como cronograma de obra, elaboração de projetos e medições”, e nem sempre atinge o valor orçado para a projeto. Para o diretor de Infraestrutura Rodoviária do DER-MG, Marcos Antônio Frade, “a execução do programa é satisfatória”, entre o que foi previsto e o realizado. “Não considero atraso. O Estado tem uma capacidade de investimento que é limitada. Não fazemos 7.000 km simultaneamente”, argumentou. “Cada etapa tem a sua vez. Eu faço o projeto, contrato e executo a obra. É uma sequência lógica”.

Segundo o diretor, a primeira etapa de elaboração dos projetos – cuja contratação é mais longa que a da própria obra – demora, em média, um ano. Em seguida, são feitos os licenciamentos ambientais. “Todas as etapas são demoradas, e, até iniciar a obra efetivamente, existe um trabalho muito grande”, justificou. “Mesmo se hoje eu tivesse 100% do recurso assegurado eu não conseguiria fazer (as obras), já que a capacidade do mercado em termos de execução é limitada”.

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