Faz Diferença

Campanha pela vida de jovens em vulnerabilidade social é lançada em BH

Parceria entre o poder público, universidades e movimentos sociais faz levantamento do cotidiano de jovens e tenta ajudá-los a lutar contra as estatísticas de homicídios

Por Natália Oliveira
Publicado em 22 de setembro de 2020 | 16:40
 
 
 
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Para entender o contexto social e o que mantém a vida dos jovens que são alvos de morte violenta no Brasil, foi lançada nesta terça-feira (22) a campanha #FazDiferença, uma união do poder público, universidades e movimentos sociais.

A ideia é fazer um mapeamento de práticas cotidianas desses jovens nas escolas, nos centros de assistência social, nas unidades socioeducativas, nos movimentos sociais e em outros diferentes espaços de Belo Horizonte para auxiliar a juventude em situação de vulnerabilidade social a lutar contra as estatísticas. 

Dados do Atlas da Violência de 2020, divulgados no projeto mostram que "60% das mortes de homens entre 15 e 29 anos foram causadas por homicídio no Brasil.Houve um aumento considerável desses números nos últimos dez anos, acentuando as desigualdades de raça/cor. No período, a taxa de negros vítimas de homicídio cresceu 33,1%, enquanto a de não negros (brancos, amarelos e indígenas) apresentou um aumento de 3,3%. Das vítimas totais, 75,5% são homens negros, e 74,3% possuíam até sete anos de estudo", informou a campanha. 

Os levantamentos feitos pelo projeto resultaram na publicação Faz Diferença que apresenta propostas educativas de trabalho com o público juvenil. Além disso, são disponibilizados vídeos com depoimentos de quem está participando e uma série de podcasts, que reúne pesquisadores, militantes e trabalhadores com experiência na área. Um livro digital também pode ser lido na plataforma digital da campanha CLIQUE AQUI. Todo os conteúdos são gratuitos. 

"Diante de uma realidade permeada por vulnerabilidades e riscos sociais das mais diversas ordens, os profissionais demonstram que fazem diferença quando deixam de se contentar com a simples oferta de serviços públicos, construindo soluções criativas com os adolescentes e os jovens atendidos", escreveu a campanha.

Para produzir os conteúdos, foi realizado um trabalho de escuta entre março e agosto deste ano com juízes, defensores públicos, promotores e procuradores de justiça, assistentes sociais, psicólogos, educadores, agentes de segurança socioeducativos, pesquisadores, militantes e outros para entender como eles podem fazer a diferença para preservar a vida da juventude com a qual trabalha.

“Esse adolescente não morreu semana passada, mas quando nós, enquanto instituições, começamos a dizer também que não tinha mais jeito. Eles morrem muito antes dos óbitos acontecerem”, avaliou Fabia Carvalho, coordenadora geral do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte de Minas Gerais (PPCAAM), por meio  da assessoria de imprensa da campanha. 

 

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