Um débito de R$ 47.043,39 por 340 multas sofridas e não quitadas no transcorrer dos últimos 11 anos não impediram que a proprietária de um Ford Ka fabricado em 2009 continuasse a circular por Belo Horizonte e pela região metropolitana.
Entretanto, nessa quarta-feira (29), o motorista responsável pelo carro – e que não era a proprietária – acabou parado em uma blitz da Polícia Militar na avenida Olegário Maciel na região Central da capital mineira. Sem documentação e com um acumulado exorbitante de autuações, o veículo foi apreendido e encaminhado para um pátio credenciado ao Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG).
A mulher apenas poderá retirar o carro quando quitar os impostos para licenciamento que não são pagos há uma década, além do débito de R$ 47 mil pelas multas sofridas neste ínterim. Entretanto, pode ser que o pagamento não compense, uma vez que o Ford Ka 2009 está avaliado em R$ 14.133 na tabela FIPE.
Apenas com o valor das autuações sofridas, ela poderia comprar um Ford Ka do ano diretamente na concessionária – atualmente, este veículo custa em torno de R$ 47 mil. Se optasse por um carro mais barato, poderia adquirir, por exemplo, um Fiat Mobi que vale aproximadamente R$ 34.990 na loja. Nesta segunda hipótese, a proprietária pagaria o valor das multas e receberia de troco cerca de R$ 12 mil.
Levantamento repassado pelo Detran-MG indica que a maior parte das autuações foram aplicadas pela própria Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). A motorista que é dona do carro responde por 284 multas sofridas na capital mineira e que totalizam R$ 36.421,27. Além de ser multada em BH, ela também recebeu autuações das prefeituras de Ribeirão das Neves e Contagem, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), do DEER-MG e do DNIT.
Mais de 1,3 mil pontos na carteira
Fora o prejuízo com a apreensão do carro, o motorista que dirigia o Ford Ka no momento da abordagem acabou perdendo a carteira de habilitação que foi apreendida e será encaminhada ao Serviço de Controle do Condutor. A situação da proprietária do carro, no entanto, é ainda mais complicada.
Através de nota, o Detran-MG esclareceu que existe um registro de venda do carro para a mulher feito em novembro de 2016. Entretanto, como anteriormente não havia identificação do condutor, todos os pontos das autuações sofridas anteriormente acabaram registradas no prontuário dela.
Apesar de estar com a carteira bloqueada há seis anos, a mulher concentra 1.396 pontos no documento. De acordo com o Detran-MG, caso ela seja encontrada dirigindo, terá carteira apreendida imediatamente para encaminhamento ao Serviço de Controle do Condutor.