Julgamento

Caso Backer: interrogatório dos réus chega ao fim nesta quinta-feira (30)

As audiências iniciaram nessa terça-feira (28 de novembro), na 2ª Vara Criminal de Belo Horizonte, no Fórum Lafayette

Por Juliana Siqueira
Publicado em 30 de novembro de 2023 | 19:35
 
 
 
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Chegou ao fim, nesta quinta-feira (30 de novembro), o interrogatório dos réus envolvidos no caso Backer. As audiências iniciaram nessa terça-feira (28 de novembro), na 2ª Vara Criminal de Belo Horizonte, no Fórum Lafayette.

Um dos interrogados nesta quinta-feira foi Álvaro Roberti, que supervisionava a produção no período noturno. Ele disse acreditar que o que ocorreu na Backer foi uma fatalidade, fruto de vários fatores imprevisíveis e sem precedentes em uma cervejaria.

Coordenador de manutenção, envase e rotulagem, Gilberto Oliveira enfatizou a área que trabalhava, destacando que não atuava na produção de cerveja.

Último a falar, Charles Silva foi funcionário da empresa que fornecia Monoetilenoglicol para a Backer. Na época, ele procurou as autoridades para dizer que a empresa enviava Dietilenoglicol com rótulo adulterado para a Backer, e que a cervejaria não sabia.

Ele foi indiciado por falso testemunho, mas manteve a alegação de que um supervisor ordenava a troca de rótulo dos galões para colocar o nome da empresa, mas que também viu e operou a troca de rótulos modificando o nome da substância. Ele diz que questionou o supervisor, que teria afirmado que a função das duas substâncias é a mesma.

A imprensa não teve acesso aos depoimentos, e as informações foram repassadas pelo Fórum Lafayette.

Com os depoimentos desta quinta-feira (30), todos os acusados foram ouvidos em interrogatório. Agora, a Justiça deve abrir prazo para as alegações finais, por parte do Ministério Público e das defesas, que serão apresentadas por escrito. Após as alegações, o processo estará apto para a análise e a sentença.

Relembre

O caso começou a ser investigado em 2020. Os depoimentos das testemunhas de acusação foram colhidos em maio do ano passado, e os das testemunhas de defesa em março deste ano.

As apurações confirmaram que as substâncias monoetilenoglicol e dietilenoglicol atingiram litros de cerveja ainda em processo de fermentação. 

Segundo a investigação, vazamentos em equipamentos e o uso de substâncias tóxicas que não deveriam ser empregadas causaram a contaminação de diversos lotes de diferentes tipos de cerveja produzidos pela empresa.

A primeira testemunha a ser ouvida no julgamento do caso Backer, em maio do ano passado, foi um engenheiro agrônomo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), cujo nome não foi divulgado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

O profissional destacou os passos percorridos desde que ocorreu a contaminação da cerveja da marca. De acordo com a testemunha, assim que foi identificado que a cerveja era o elemento comum entre os casos de pessoas intoxicadas, o órgão compareceu ao supermercado para determinar o recolhimento das bebidas.

Já quando houve a primeira morte, destacou ele, foi determinada a suspensão da comercialização da cerveja. Os produtos, então, foram investigados para identificação das causas da contaminação.

 

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