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Casos de Covid voltam a aumentar em Minas, duas semanas após o Dia das Mães

Estado registrava queda ou estabilidade na média de confirmações desde o fim de março, após medidas da Onda Roxa

Por Cristiano Martins
Publicado em 24 de maio de 2021 | 17:33
 
 
 
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Após quase dois meses de “trégua”, a média móvel de contaminações confirmadas pelo novo coronavírus voltou a aumentar de forma acelerada em Minas Gerais, de acordo com o Termômetro da Covid do portal O TEMPO (veja o gráfico abaixo). O crescimento se confirma duas semanas após o Dia das Mães.

Segundo o monitoramento baseado em dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), foram contabilizados 7.579 diagnósticos diários, em média, nos últimos sete dias. Este patamar é 18% maior do que o observado há duas semanas, e representa um total de 53.057 testes positivos no período.

A média já havia ultrapassado a casa das 7 mil confirmações diárias desde o dia 18 de maio, mas mantinha-se dentro de uma margem estável até a última sexta-feira (21), com variações de até 15% para mais ou para menos. Desde o fim de semana, a tendência observada passou a ser de aceleração, isto é, aumento acima de 15% no intervalo de comparação.

Neste momento, nove das 14 macrorregiões de Saúde do Estado vivenciam o aumento rápido neste indicador: Centro Sul (35,9%), Jequitinhonha (27,9%), Leste Sul (47,3%), Nordeste (17,5%), Noroeste (23,4%), Oeste (30,2%), Sul (53,6%), Triângulo Norte (38,9%) e Triângulo Sul (31%).

Em entrevista coletiva no dia 7 de maio, o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, havia pedido que a população redobrasse os cuidados no Dia das Mães.

"O vírus continua circulando. Não podemos aglomerar e devemos evitar contato com grupos familiares. Estamos no momento de virada, de conter a propagação do vírus e aumentar a vacinação para que a gente volte à normalidade. Fica o apelo para que todos tenham consciência neste domingo, para que não tenhamos um novo pico em um momento tão crítico”, alertou.

O aumento nos casos também acontece paralelamente a uma redução no ritmo da campanha de vacinação contra o coronavírus. Como O TEMPO demonstrou no sábado, a média de aplicações diárias caiu 20,3% em maio na comparação com abril.

Relembre

Os números da Covid-19 em Minas Gerais dispararam desde meados de fevereiro deste ano. Para conter o avanço do vírus, o governo estadual criou a Onda Roxa do programa Minas Consciente e determinou a adoção de medidas mais restritivas em todas as regiões mineiras no dia 16 de março.

Após o controle da curva – em um patamar ainda bastante elevado na comparação com os números do ano passado – as macrorregiões foram deixando a Onda Roxa progressivamente até o dia 29 de abril, antes, portanto, do Dia das Mães.

Atualmente, as regiões Centro, Centro Sul, Jequitinhonha, Leste, Leste Sul, Nordeste, Noroeste, Oeste, Sul e Triângulo Sul estão na Onda Vermelha, enquanto Norte, Sudeste, Triângulo Norte e Vale do Aço compõem a Onda Amarela, com regras menos rigorosas.

 

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Entenda o gráfico

O Termômetro da Covid apresenta a evolução da média móvel de novos óbitos e casos confirmados nos últimos sete dias e tem como parâmetro de comparação os mesmos dados registrados há duas semanas.

Se a média dos últimos sete dias superar em mais de 15% o valor de duas semanas atrás, então a situação observada é de crescimento acelerado. No outro oposto, uma redução superior a 15% indica desaceleração. Se a variação for de até 15% para mais ou para menos, a média encontra-se em um nível de estabilidade.

O uso da média móvel justifica-se pela grande oscilação das notificações entre os diferentes dias da semana. Ela fica muito clara quando observada a variação em feriados, fins de semana, segundas e terças-feiras, devido ao represamento dos testes nos laboratórios ou a atrasos nos registros pelas prefeituras, por exemplo. Desta forma, a média móvel mostra tendências mais consistentes do que os dados diários.

Já a janela de duas semanas para comparação explica-se pelo tempo médio de ação do vírus e de demora seja no processamento de exames ou na divulgação dos resultados nos sistemas utilizados pelas prefeituras e pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG). Esta é a mesma metodologia utilizada, por exemplo, por The New York Times e G1.

Regiões de Saúde

Os dados são provenientes dos boletins epidemiológicos da SES-MG e referem-se aos municípios de residência dos pacientes. Isso explica eventuais números negativos, uma vez que os casos podem ser revisados e "transferidos" de cidade.

Os registros são detalhados por município e agrupados por microrregião e macrorregião, conforme a organização do SUS (Sistema Único de Saúde). Essa definição é importante, pois leva em conta a estrutura da rede assistencial.

Caso uma cidade tenha números baixos, isso não significa necessariamente uma situação confortável, pois a maioria dos municípios (91% em Minas Gerais) não possui leitos de alta complexidade e precisa transferir os pacientes mais graves para polos micro e macrorregionais.

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