A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Belo Horizonte encaminhou, nesta quinta-feira (13), ofício solicitando a intervenção do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para garantir a circulação de todos os ônibus no município. O documento foi emitido depois que duas empresas anunciaram colapso e declararam que vão tirar 106 veículos das ruas do município.
Mas a entidade que representa os comerciantes exige que sejam cumpridos todos os contratos de concessão firmados entre as empresas de transporte coletivo e a prefeitura. Em nota, a CDL destacou que a economia de BH ainda sofre com os impactos da pandemia da Covid-19 e, "agora sob novo alerta em razão da variante ômicron, com o impacto da proliferação do vírus H3N2 (influenza) e das chuvas, que causaram e continuam causando inúmeros transtornos à população".
Além disso, declarou que "caso as empresas concessionárias de transporte público mantenham a suspensão de parte dos serviços, os setores de comércio e serviços, responsável por 73,4% do PIB da Capital, serão impactados novamente com a impossibilidade de acesso pelos consumidores e trabalhadores que atuam no segmento”.
No ofício, a entidade destaca ainda que paralisação de parte dos serviços de transporte público afeta toda a população, uma vez que impede que os trabalhadores se desloquem para os postos de trabalho, prejudica o acesso a serviços públicos, como o deslocamento para postos de saúdes e hospitais, além de afetar o acesso de consumidores aos centros de comércio da capital.
Outro fator é o adiantamento do vale-transporte para os funcionários que as empresas já realizaram. “Neste sentido, é de se frisar que os empregadores realizam a antecipação do valor do vale-transporte mensalmente aos seus empregados com a finalidade de que estes possam se deslocar ao local de trabalho, sendo que a suspensão do transporte coletivo onera duplamente os setores de comércio e serviços, que além de terem o acesso a seus estabelecimentos pelos consumidores e empregados restritos pela limitação de meios de transporte, sofrem ainda o impacto financeiro de já ter antecipado o pagamento do valor do transporte coletivo ao seu empregado, que não será fornecido pelas empresas concessionárias”, relata.
Segundo o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, “o setor de comércio foi o mais afetado pela pandemia e não suporta mais este impacto negativo que certamente terá com a redução da oferta de transporte coletivo na cidade”. Marcelo disse ainda que agendou para amanhã, 14, uma reunião às 10h com a presidente da Câmara Municipal, vereadora Nely Aquino, para discutir ações que evitem esse colapso no sistema de transporte coletivo.
Neste momento, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) e representantes do Executivo estão reunidos com integrantes do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setra-BH) para discutir o caso.