Coronavírus em BH

Cemitérios públicos de BH registram queda nos enterros no mês de abril

Durante o período, foram 785 sepultamentos nos cemitérios públicos da capital, 148 enterros a menos do que em março. Prefeitura avalia que resultado pode ser efeito do isolamento social

Por Marcelo da Fonseca
Publicado em 02 de maio de 2020 | 15:44
 
 
 
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O número de enterros em cemitérios públicos de Belo Horizonte registrou queda no mês de abril. Segundo dados da Fundação de Parques e Zoobotânica, que administra os cemitérios da capital mineira, foram 785 sepultamentos nos quatro cemitérios de BH (Bonfim, Paz, Consolação e Saudade) entre o dia 1 e 30 de abril. A média foi de 26,17 sepultamentos por dia.  

O triste cenário de enterros em valas comuns e caixões sendo empilhados que foi visto em alguns cemitérios de cidades brasileiras com o agravamento da crise do novo coronavírus não deve se repetir na capital mineira.

Segundo a Prefeitura de BH, ainda não é possível tirar conclusões sobre o impacto da Covid-19 no total de enterros dos últimos meses, mas a redução nos sepultamentos no mês de abril pode refletir o resultado das políticas de isolamento social adotadas na cidade. 

Em março, foram sepultadas 933 pessoas nos cemitérios públicos, uma média de 30,10 enterros diários. Foram quatro enterros a mais diariamente do que o registrado no mês de março do ano passado. Em 2019, foram 792 enterros em março, média de 25,55. 

Em comparação com o mês de abril do ano passado o cenário ainda é de queda, mas com pouca diferença. Em abril de 2019 foram registrados 802 sepultamentos, média de 26,73 por dia. 

"Vê-se que houve um aumento de sepultamentos em março de 2020 comparado a 2019 e uma pequena queda em abril de 2020, comparado ao mesmo período de 2019. Lembrando que as medidas de isolamento foram adotadas em 17 de março. Essa queda experimentada em abril, apesar de ainda não nos permitir conclusões diretas sobre os impactos da Covid-19, pode ser uma consequência das medidas de isolamento social, que diminuem as contaminações pelo novo coronavírus e, consequentemente, teremos menos casos graves a serem tratados nos hospitais que podem culminar em óbitos", diz a PBH, por meio de nota. 

A prefeitura avalia também que o isolamento social pode influenciar os registros de sepultamentos, uma vez que foram reduzidos os óbitos relativos a acidentes de trânsito e crimes violentos. 

"Considerando o cenário de pandemia e as realidades experimentadas em outros Estados e países, os cemitérios de BH estão trabalhando, em regime de alerta a fim de evitar o colapso do sistema, levando-se em conta que caso as medidas preventivas não sejam adotadas, podemos experimentar cenários e projeções ruins, como já vendo sendo amplamente divulgado pelos especialistas", alerta a PBH. 

Na semana passada, a prefeitura anunciou a abertura de 1,9 mil novas covas nos cemitérios públicos, caso a disseminação do vírus cause aumento nas mortes. 
Nos cemitérios particulares, não existe ainda um dado oficial sobre o número de sepultamentos durante o período da pandemia do coronavírus. Cemitérios ouvidos pela reportagem apontaram que ainda não têm dados sobre número de enterros no mês de abril, mas que não registradas grandes alterações na quantidade de sepultamentos.  

"Não tivemos alteração na média de enterros no mês de abril. A média diária é muito parecida com primeiros meses do ano e com o que registramos no ano passado", explica Marcos Santos, gerente do cemitério Bosque da Esperança. "A mudança no procedimento dos sepultamentos já está sendo aplicada em todos e a maioria das famílias já sabem das novas regras. São cerimônias de 1 hora, com no máximo 10 pessoas de máscaras. Muitas vezes os familiares se revezam para acompanhar e se despedir dos parentes", conta Marcos. 

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