CIDADES

Chocolate alivia estresse e estimula neurônios

Informações científicas sobre alimento cercado de mitos serão divulgadas em evento hoje, na praça da Liberdade, com direito a degustação.

Por BIANCA MELO
Publicado em 24 de março de 2007 | 00:01
 
 
 
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Inimigo da boa forma, o chocolate é amigo dos neurônios. As sensações de alívio para o estresse e de estímulo no trabalho não são papo de chocólatra. Essas e outras informações científicas serão apresentadas hoje, das 9h às 16h, na praça da Liberdade.

Os visitantes poderão ainda ter oficinas de fabricação e até fazer degustação. O evento é uma promoção da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que desenvolve estudos sobre os benefícios e malefícios do chocolate.

Em parceria com outras instituições, a universidade quer levar o conhecimento acadêmico para a população.

"Aproveitamos este período em que as pessoas comem chocolate para mostrar os resultados de estudos que têm muito a ver com a vida delas", explica a diretora do Centro de Difusão da Ciência (CDC) da UFMG, Tânia Margarida Lima Costa.

A professora Leonor Guerra, do Departamento de Morfologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, explica que o chocolate tem pelo menos três substâncias importantes para estimular o cérebro.

A feniletimalina, a anandamida e o triptofano atuam, isoladamente, causando sensações de bem-estar, prazer e ânimo. Todos agem sobre o sistema nervoso central.

"Os efeitos não são exclusivos das substâncias químicas. Há a memória e o prazer que as pessoas associam à textura e à temperatura, por exemplo", explica Leonor. Até durante a tensão pré-menstrual (TPM), o consumo pode trazer relaxamento, considerando a variação natural das substâncias do cérebro.

Mesmo com os benefícios, a pesquisadora alerta que algumas pessoas com intolerância ao produto ou problemas de peso podem buscar as mesmas sensações em muitas outras fontes.

"Muitas atividades estimulam o cérebro, como dançar, fazer exercícios físicos ou apreciar uma peça musical."

A professora Márcia Regina Pereira Monteiro, do curso de nutrição, explica que cada 100 g de chocolate têm 500 calorias, que são gastas após uma hora de corrida ao ritmo de 5 km/h, uma hora e meia de caminhada ou 48 minutos de hidroginástica.

Função cosmética é descartada

Os mitos sobre o chocolate são muitíssimos. Ao contrário do que as pessoas pensam, informa a diretora do Centro de Difusão da Ciência (CDC) da UFMG, Tânia Margarida Lima Costa, ele não tem, por exemplo, qualquer função cosmética comprovada.

A professora de nutrição Márcia Regina Pereira Monteiro explica que o chocolate, na verdade, não é necessário ao organismo humano. "As substâncias benéficas encontradas no chocolate estão presentes em outros alimentos também."

As mais benéficas, os flavonóides, evitam a oxidação do mau colesterol e diminuem o risco de trombose. Conforme Márcia, os chocolates amargos são os concentradores de maiores percentuais dos flavonóides e, logo, são os mais indicados para a boa saúde.

Já o chocolate branco não tem nada da bom porque é composto apenas de manteiga de cacau, açúcar e leite. As fontes mais saudáveis de flavonóides são os chás, hortaliças e vinho tinto.

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