História se repete

Chuva deixa prejuízos em Venda Nova pela segunda vez na semana

Comerciantes contabilizam os danos provocados pelo temporal da noite de sexta-feira (4); na última-quarta, avenida Vilarinho também ficou alagada

Por Rafaela Mansur
Publicado em 04 de janeiro de 2020 | 12:45
 
 
 
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Pela segunda vez nesta semana, os comerciantes da avenida Vilarinho, na região de Venda Nova, começaram o dia limpando os estabelecimentos e contabilizando os prejuízos provocados pela chuva da noite desta sexta-feira (03). O temporal invadiu vários estabelecimentos da via, que chegou a ser bloqueada pela Defesa Civil de Belo Horizonte.

Na manhã deste sábado (04), agentes da prefeitura recolhiam o lixo e o barro que tomaram as ruas. Na região de Venda Nova, foram registrados 88,6 mm de chuva entre as 8h de sexta-feira e 7h10 de sábado – a média do mês são 329,1 mm.

Uma das proprietárias de uma loja de ferragens na região, Aline Chaves, 38, conta que, apenas nesta semana, acumulou prejuízo de cerca de R$ 70 mil. A chuva também invadiu o estabelecimento na última quarta-feira (1º). "Na manhã do dia 2, quando a gente abriu, a água estava até a canela. Muito mau cheiro, rato morto, barata, escorpião, as mercadorias debaixo da água, um prejuízo estimado de R$ 40 mil. E, hoje, mais R$ 30 mil. Como trabalho com ferro, enferruja, não dá para aproveitar. Todo ano é a mesma coisa", lamenta.

Há 22 anos no mesmo endereço, ela pensa em mudar de ponto. "Começar o ano assim desanima. Eu acredito que, na hora que os comerciantes não quiserem mais alugar nem comprar nada aqui e não gerarem mais renda, eles possam resolver o problema", pontua Aline.

Na oficina e loja de peças de moto dos filhos de Marcílio Estrela, 56, a água chegou a 80 cm de altura, danificando componentes de capacetes e ferragens diversas, também pela segunda vez na semana. "Faz 12 anos que estamos aqui, e há 12 anos é a mesma coisa. Sempre dizem que vão fazer obra, mas não fazem nada, e a gente fica no prejuízo, sem poder trabalhar", diz. "O Papai Noel nosso é esse: chuva e enchente. Eu não estou mais acreditando que isso vai resolver", completa. Segundo ele, o prejuízo fica sempre na média de R$ 10 mil a R$ 30 mil.

Nesta semana, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que, em setembro, enviou aos presidentes e representantes do Tribunal de Justiça, Ministério Público e Tribunal de Contas "a solução definitiva para as enchentes da Vilarinho". De acordo com o município, a proposta prevê a ampliação da capacidade de armazenamento de água excedente em pontos estratégicos dos córregos Nado e Vilarinho. "Serão implantados novos reservatórios e ampliadas às capacidades dos outros quatro que já existem na região. A previsão de licitação é para este ano", diz a nota.

Ainda conforme o município, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) já deu início às obras de tratamento de fundo de vale e controle de cheias na bacia do córrego do Nado, o que "vai contribuir na prevenção de enchentes na região".

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