Barreiro

Cirurgias são suspensas temporariamente no Hospital Júlia Kubitschek

Segundo a Fhemig, medida acontece para obras na unidade de saúde que serão realizadas ao longo dos próximos 60 dias; expectativa é criar 40 novos leitos

Por Lucas Morais
Publicado em 18 de maio de 2020 | 18:37
 
 
 
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Por conta da realização de obras, a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) anunciou na noite de hoje a suspensão temporária das cirurgias emergenciais no Hospital Júlia Kubitschek, na região do Barreiro. De acordo com a entidade, as intervenções são realizadas em caráter emergencial e devem durar 60 dias.

Após a conclusão das obras, a expectativa é entregar 40 novos leitos, além de criar outras três salas de procedimentos no Bloco Cirúrgico. A entidade informou ainda, por conta da interdição, foi realizado um plano de contingência com a Secretaria Municipal de Saúde para atendimento dos pacientes que seriam encaminhados para o Júlia Kubitschek.

Com a mudança, os hospitais João XXIII e Alberto Cavalcanti serão responsáveis por toda a demanda cirúrgica emergencial da unidade. "Parte da equipe médica de cirurgiões e anestesistas já se encontra trabalhando nestas unidades. Essas adaptações no fluxo assistencial do paciente cirúrgico são temporárias e fundamentais na melhoria permanente da assistência aos usuários do SUS", enfatiza a unidade.

Sindicato questiona intervenções

A diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais, Neuza Freitas, critica a falta de diálogo da fundação com a classe e até o Conselho de Saúde do hospital. Conforme a sindicalista, a unidade aguarda a conclusão de duas alas que contribuam com outros 100 leitos, cujas obras estariam paralisadas desde 2010. Já o setor do bloco cirúrgico teria passado por obras há alguns anos.

"Tudo foi feito sem nenhuma transparência, sem apresentar projetos e diálogo com trabalhadores e usuários. Estamos com urgência para leitos de Covid-19 e a Fhemig investe em um bloco que já foi reformado, ao invés de concluir as obras para dar mais de 100 leitos. Não existe discussão, a direção do Júlia não comunicou nem ao conselho de saúde do hospital", enfatiza.

Em nota, a Fhemig afirmou que a maior necessidade no momento, devido à pandemia do coronavírus, é em relação a estrutura de terapia intensiva. "Daí a decisão de eleger as obras no CTI e, consequentemente, no Bloco Cirúrgico, já que ambos setores compartilham sistema de ar condicionado, gases e outras estruturas essenciais", complementa.

De acordo com a fundação, já foi autorizado o investimento de outros R$ 19,4 milhões, com recursos da Vale acordados com o governo de Minas, que serão utilizados em uma segunda etapa de obras na unidade. "Nesse projeto, validado nos pontos de vista arquitetônico e sanitário, serão contempladas as alas F, H e I (Central de Abastecimento Farmacêutico), assim como os elevadores próximos a essas alas. Também serão entregues novos vestiários e um sistema de aquecimento solar para água. O planejamento ainda inclui a ala C, os ambulatórios de Pneumologia, Função Pulmonar e Especialidades (Policlínica) e o laboratório", explica. O início das intervenções ainda depende de um processo licitatório.

O hospital

Inaugurado em 1958, o Hospital Júlia Kubitschek se tornou referência em nas áreas de tisiologia, pneumologia e cirurgia torácica, atendendo ainda outras especialidades médicas (clínica médica, pediatria, cirurgia geral, obstetrícia, odontologia, pré-natal). A unidade ainda é responsável por urgências em clínica médica, cirurgia geral, gineco-obstetrícia e neonatologia, além de prestar assistência integral aos pacientes com doenças complexas.

 

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