Lixo sem destino

Com greve dos garis, moradores de BH sofrem com lixo acumulado

Paralisação já compromete 60% da coleta; varrição da cidade também pode ser afetada nas próximas horas, já que sindicato da categoria tenta conseguir adesão

Por BERNARDO ALMEIDA
Publicado em 07 de maio de 2014 | 13:22
 
 
 
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No segundo dia de paralisação dos garis, os moradores de Belo Horizonte já começam a sentir os efeitos da ausência da coleta de lixo. O serviço está totalmente interrompido nas regiões Centro-Sul, Leste, Nordeste, Oeste e a região do Barreiro, que juntas respondem por 1.063 toneladas por dia, segundo dados da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU).

Na região Leste, as ruas estão repletas de sacos e lixo, e mesmo quem tentou contornar o problema de forma paliativa já não está conseguindo evitar os transtornos, como é o caso de Adelerme Freire, gerente de uma lanchonete no bairro Santa Efigênia. “Desde sábado nosso lixo não é coletado, então nós recolhemos e guardamos em um depósito improvisado, para não causar má impressão para os clientes em frente ao estabelecimento. Mas o lixo acumulado já chegou a uma quantidade já está transbordando para a rua”, afirma.

Ainda segundo ele, diferentemente da lanchonete, outros lugares que despejam um material mais perecível não podem reter os restos no próprio local, deixando as ruas no entorno cheias de dejetos e com um mau cheiro incômodo.

A SLU calcula que 61% da coleta não está sendo realizada, das 1.800 toneladas de lixo produzidas por dia na cidade. E essa quantidade deve diminuir ainda mais. O Sindicato dos Servidores Públicos de Belo Horizonte (Sindibel) fechou as garagens das regiões Centro-Sul e Leste, e está mobilizando mais servidores para aderirem à greve.

Varrição

Ao contrário da coleta, o serviço de varrição da cidade ainda não foi afetado, mas a situação também pode mudar em pouco tempo. O Sindibel espera que garis responsáveis pela função comecem a interromper os serviços a partir da tarde desta quarta-feira (7). “Nós estamos mobilizando todos os servidores, terceirizados e públicos, da área de limpeza da cidade, esperando que a Prefeitura abra diálogo para atender às nossas exigências”, informou Róbson Rodrigues Machado, diretor do Sindibel na área de limpeza urbana.

A SLU está reunida com chefes de operação, mas ainda não definiu nenhuma medida emergencial para atenuar o problema.

Reivindicações

Os servidores públicos da SLU exigem o aumento salarial de 15% e um acréscimo de R$ 11 no vale alimentação, hoje de R$ 17. A prefeitura de Belo Horizonte oferece aumento de 5,56%, a partir de outubro, e vale alimentação de R$ 18. A reivindicação dos garis terceirizados também é por aumento salarial. De acordo com o Sindibel, os terceirizados correspondem a 80% dos funcionários de limpeza urbana de BH.

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