Isolamento

Comerciantes vão protestar nesta segunda-feira contra fechamento de lojas em BH

Prefeitura esclareceu que as fases de reabertura do comércio já foram construídas, mas isso depende dos indicadores epidemiológicos, como índice de transmissão da Covid-19 e taxas de ocupação de leitos

Por Gabriel Moraes
Publicado em 28 de junho de 2020 | 22:16
 
 
 
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Um grupo de lojistas da capital mineira marcou de fazer um protesto na manhã desta segunda-feira (29) em frente à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para reclamar da decisão do prefeito Alexandre Kalil (PSD) de fechar o comércio considerado não essencial devido à pandemia de coronavírus.

Segundo um dos participantes, Pedro Moreira, de 28 anos, o movimento tem o objetivo de chamar a atenção para um possível clima de guerra que o chefe do Executivo Municipal tem promovido. "A essência do grupo não é pedir para o Kalil sair, pois isso nós vamos reclamar é na urna. O fato é que ele está criando um clima de guerra desnecessário", disse.

"Se ele está tão preocupado com saúde e vidas, por que ele não investe mais em leitos? A PBH investiu R$ 42 milhões em propaganda e ficamos 100 dias fechados. Ele disse que BH é a melhor porcaria do Brasil: como, se São Paulo e Rio estão reabrindo?", ponderou.

No entanto, o lojista, que é do ramo de acessórios para moda, concordou que a situação com relação à doença está cada vez pior. "Nós concordamos que as taxas estão aumentando. Mas cadê os leitos que você falou que ia abrir? O que precisa? De verba? Vamos conversar então", pediu.

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"Fechar a cidade não vai fazer o vírus ir embora, nós queremos diálogo. O senhor precisa de uma abertura com consciência? Então não vamos deixar cliente provar mercadoria, por exemplo. Vamos seguir as diretrizes europeias. O fechamento não é o caminho, pois vamos colher uma crise muito grande da cidade no curto e médio prazo", concluiu.

Outro lado

A PBH informou por meio de nota que se reuniu com representantes de entidades comerciais e do Legislativo por sete vezes (entre 5 de maio e 3 de junho). "Nesse período, o município dialogou com os comerciantes, acatou propostas e sugestões para o retorno das atividades. Também elaborou, em conjunto com o grupo, as fases de reabertura (comércio) e os setores que seriam incluídos em cada uma delas. Após essas definições, o grupo encerrou seus trabalhos para que o Comitê de Retomada pudesse discutir soluções com representantes de outras atividades econômicas (academias, escolas, clubes, entre outros)", disse.

A prefeitura ainda esclareceu que as fases de reabertura do comércio já foram construídas, mas a sua efetivação, como datas, manutenção, avanço ou retrocesso, dependem do resultado dos indicadores epidemiológicos - índice de transmissão e taxas de ocupação de leitos de UTI e de enfermaria para Covid-19.

Empregos

Ainda de acordo com a PBH, 776 mil empregos (87% do total) do setor privado vão se manter ativos com o fechamento do comércio nesta segunda-feira. Ao todo, 151.295 empresas (82,4% do total) e 129.684 microempreendedores individuais (63,5% do total) continuam funcionando.

Leitos

Uma das queixas apresentadas pelo comerciante acima foi em relação à quantidade de leitos disponíveis. Segundo a PBH, somente em junho, foram abertos 232 leitos Covid- 19 no sistema público, sendo 81 UTIs e 151 enfermarias. Atualmente são 1.099 leitos Covid-19, sendo 798 de enfermaria e 301 de UTI.

"O aumento da oferta de unidades para o atendimento de pacientes acompanha o planejamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde junto aos hospitais e a evolução dos indicadores epidemiológicos e assistenciais em relação à pandemia. As UTIs são abertas conforme necessidade, e sempre com recursos humanos e equipamentos necessários para o funcionamento", explica.

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