Em meio às condições das estradas de Minas, onde mais de 75% das rodovias têm algum tipo de problema conforme a Confederação Nacional do Transporte (CNT), mais uma questão chama a atenção: o aumento dos custos operacionais. De acordo com análise que compõe a pesquisa CNT de Rodovias 2022, as condições do pavimento no Estado resultam em uma alta de 40,6% desse tipo de despesa, o que impacta na competitividade do país e no preço dos produtos.
Ainda conforme os dados do estudo, divulgado nesta quarta-feira (9) pela CNT, esse aumento dos custos operacionais por conta das condições das rodovias é maior em Minas Gerais do que a média nacional. Em todo o Brasil, a alta é de 33,1%.
A pesquisa da CNT ainda revela que, só neste ano, as estimativas são de que haverá um consumo desnecessário de 170 milhões de litros de diesel por conta da má qualidade do pavimento da malha rodoviária em Minas Gerais. O desperdício resulta em um custo de R$ 775,73 milhões aos transportadores, ainda conforme a CNT.
Presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg) e vice-presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga de Minas Gerais (Fetcemg), Gladstone Lobato afirma que o Estado e o setor pagam um preço alto com as condições das estradas.
De acordo com ele, os impactos relativos aos custos operacionais abrangem desde a manutenção dos carros e dos pneus, passando pelo consumo de combustível e chegando até o tempo de viagem, além da insegurança.
“As pessoas saem e não sabem se chegam. Há estradas cheias de buracos, por exemplo, o que reflete em gastos de peças, de material, além dos riscos”, diz ele.
Especialista em transporte e trânsito, Osias Batista também salienta o impacto do aumento dos custos operacionais, assim como as suas consequências. “Há maior consumo de combustível, desgaste de pneu, de equipamento, entre outros, o que pode implicar no custo do frete", afirma
Para o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logísticas de Minas Gerais (Setcemg) e vice-presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga de Minas Gerais (Fetcemg), Gladstone Lobato a solução está em investimentos. Se não com recursos públicos, que sejam com os privados, na visão dele.
“A solução é investimento em logística, em duplicação de estrada. Se o governo não tem como fazer, que haja a privatização. A gente não tem medo de pagar pedágio, sendo justo, pois o prejuízo que temos com a situação atual é maior”, afirma ele.