Pampulha

Condutores ignoram lei e disputam ciclovia inacabada

Motoristas, motociclistas e charreteiros usam via para ultrapassagens ilegais

Por LUCAS SIMÕES
Publicado em 18 de junho de 2013 | 12:00
 
 
 
normal

Os ajustes estruturais e as mudanças de sinalização de trânsito para a Copa das Confederações, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, trouxeram mais transtornos e preocupações para os ciclistas que frequentam as faixas exclusivas de um dos principais cartões-postais da capital. Entre os problemas da região, considerada uma das mais agradáveis da cidade para pedalar, estão a sinalização precária e a postura de motoristas, que desrespeitam o espaço de uma ciclovia que nem foi concluída – a obra deverá ficar pronta em dois meses.


O principal e mais recente problema na orla da lagoa acontece entre o Iate Tênis Clube e a rotatória que dá acesso à avenida dos Esportes. Cerca de 4 km novos de ciclovias estão sendo construídos no local, mas o desrespeito dos motoristas em relação aos ciclistas faz da faixa exclusiva ainda inacabada uma pista disputada por motoristas, motociclistas e até condutores de charretes, para fazer ultrapassagens ilegais.

“Eu pedalo aqui na região diariamente, das 9h às 10h, e a ideia de instalar a ciclovia nesse trecho é excelente, mas não existe controle para multar motoristas que, não raramente, invadem a ciclovia que ainda nem totalmente pronta está. Tudo para ultrapassar os carros mais rapidamente”, frisou o ciclista André Pacheco, 27.

Em vez de reter o fluxo de veículos, os dois quebra-molas previstos no projeto da ciclovia são usados pelos infratores para burlar engarrafamentos, colocando ciclistas em risco – comportamento agressivo similar foi mostrado em reportagem de O TEMPO anteontem. “Eles aproveitam que não há quebra-molas nas ciclovias para desviar do obstáculo na pista, invadir a ciclovia e ultrapassar. É um festival de imprudências”, criticou o vendedor Marcelo Fernandes, 41, que pedala diariamente por uma hora e meia na orla da lagoa.

Sinalização. Além da falta de bom senso dos motoristas, a ausência de sinalização – como blocos de concreto que delimitam o espaço e protegem ciclistas contra os carros – contribui com o desrespeito. “Na orla, entre o zoológico e a Toca da Raposa, a sinalização é inexistente ou precária. É quase impossível não se confundir com os carros e correr riscos”, frisou o empresário Jean Carlo de Brito, 32, que pedala na região em todos os domingos.

Violência
Assaltos. 
A falta de segurança nas ciclovias é outro problema para quem pedala na orla da Pampulha.

Vítima. No último sábado, o analista de sistemas Júnior Brandão, 24, viu dois homens renderem uma mulher e levar sua bicicleta. “Apontaram uma arma para ela e levaram a bicicleta, em plena luz do dia”, contou.

Insegurança. Brandão afirmou que se sente inseguro na região, por já ter ouvido relatos de bandidos rondando a orla.

Outro lado. Procurada, a Polícia Militar (PM) informou que não possui dados sobre assaltos a ciclistas na orla da Pampulha e frisou que faz policiamento ostensivo na região.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!