Burocracia

Coronavírus em BH: idosa não consegue buscar remédio na Farmácia de Minas

Mulher de 67 anos, que faz parte do grupo de risco, sofre de asma e esclerose múltipla e teme falta da medicação

Por Lucas Morais
Publicado em 20 de março de 2020 | 19:24
 
 
 
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Filas intensas, demora no atendimento e medo. Nos últimos dias, a pandemia de coronavírus levou centenas de pessoas a correrem para a unidade da Farmácia de Minas, na avenida do Contorno, bairro Gutierrez, região Oeste da capital, em busca de remédios. Porém, as recomendações de isolamento social deixaram muitas pessoas sem conseguir buscar o medicamento.

É o caso de uma aposentada que preferiu não se identificar. No grupo de risco, a idosa de 67 anos tem asma e usa um remédio para esclerose. "Estou com medo de ir buscar. Além de tudo, sou hipertensa e a medicação mexe com imunidade", afirma.

Sem parentes próximos, ela tenta recorrer aos vizinhos para ajudar na busca, mas não consegue o termo de declaração para a retirada dos comprimidos por outra pessoa. "É impossível falar com eles. Até recebi uma mensagem de que estão funcionamento normalmente. Só que vai muita gente com câncer e outras doenças e até os mais jovens têm receio de ir até lá. As pessoas que mais usam a farmacinha são praticamente todas idosas", lembra.

Caso não consiga retirar a medicação gratuita, a aposentada conta que pode até perder o benefício. "Os comprimidos que estão comigo só duram até o dia 30 de março. Se não buscar, perco a ajuda. Já mandei um e-mail, mas também sem resposta", diz com preocupação.

Outro lado

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que, para evitar aglomerações no interior da farmácia, alterou o protocolo de controle. "Está sendo permitida a entrada dos pacientes de acordo com a capacidade dos guichês e fluxo dos atendimentos, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde de evitar aglomerações em ambientes fechados", explica.

Conforme a pasta, pacientes que fazem parte do grupo de risco do coronavírus, como idosos e quem tem doenças crônicas, podem usar a declaração autorizadora, disponível na página da secretaria. Sobre as solicitações da aposentada, a SES não se pronunciou.

LEGENDA DA FOTO: 
 

Uarlen Valério / O Tempo

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