Entre as calçadas e vielas da Pedreira Prado Lopes, na região Noroeste de Belo Horizonte, moradores em situação de rua que enfrentam um novo desafio diário, para além da sobrevivência difícil sem um teto fixo: a pandemia do coronavírus. Às margens da sociedade, muitos dependem exclusivamente da solidariedade para se alimentar. E assim começou uma semana com um carinho especial dos voluntários, com a distribuição de sanduíches e batatas produzidos pelo MCDonalds para quem vive no local.
A ação foi realizada através de uma parceria entre a empresa de fast food e a ONG Rede Solidária BH. Ao todo, serão entregues mil lanches até a próxima sexta-feira (22) – divididos em 250 por dia. Ainda será contemplada com a iniciativa a população de rua que vive nas proximidades da rua Itambé, no bairro Floresta, região Leste de Belo Horizonte, além da Praça Rio Branco, próximo à rodoviária, e Praça da Estação, no hipercentro.
A diretora de Comunicação Corporativa do McDonald's Brasil, Rozália Del Gáudio, diz que desde a chegada da pandemia no país, a rede procurou entender como poderia ajudar a minimizar o impacto desse momento para as pessoas. "E não é simplesmente uma entrega de comida, procuramos adicionar bilhetes, mensagens e palavras de solidariedade para que as pessoas de fato possam perceber que não estão sozinhas", acrescenta.
Já a integrante da ONG, Ana Laura Justino, 28 anos, conta que, como a iniciativa ocorreu hoje na Pedreira, também foram entregues lanches aos moradores da comunidade, uma das mais vulneráveis na capital. Durante uma hora, os sanduíches de variados sabores e as batatas fritas fizeram a alegria de pessoas de todas as idades.
"Fomos muito bem recebidos. Lá, tem uma parte considerável das pessoas que não tem acesso ao McDonald's, inclusive crianças que sempre ouviram falar, mas nunca tinham comido. Foi gratificante ver a satisfação delas", comenta a voluntária, que atua na entidade há dois anos.
Ana Laura lembra ainda que a pandemia e a necessidade das medidas de restrição tem afetado ainda mais a difícil situação de alguns famílias que vivem nas vilas, favelas e aglomerados. "As pessoas ainda estão com dificuldade de ter acesso ao básico dentro de casa, que é a alimentação. Inclusive teve uma idosa que agradeceu muito por nós lembrarmos deles", afirma.
Outras iniciativas
Para amenizar as dificuldades vividas pelos moradores em situação de rua e também das regiões mais vulneráveis da capital, principalmente em tempos de pandemia, a Rede Solidária BH tem realizado diversas outras iniciativas para levar o básico às pessoas. Todos os finais de semana, os voluntários fazem a distribuição de 5.800 marmitas nas ruas da cidade.
"É uma batalha toda semana para conseguir todos os itens da lista. São pelo menos 150 kg de arroz, quase R$ 4.000 de carne, por exemplo. Outra dificuldade que temos é com o gás. A prefeitura cedeu o espaço da cozinha do Mercado da Lagoinha, mas temos que custear todo o restante", diz.
Além disso, a ONG ainda atua com a entrega de cestas básicas para a população de três comunidades: Pedreira Prado Lopes, Morro do Papagaio e Taquaril. "Desde o início da pandemia, passamos a fazer as compras dos alimentos dentro dos mercados da comunidade. Isso ajuda ainda o comércio e a economia local", finaliza.
E quem quiser contribuir com o projeto, pode fazer qualquer doação para a entidade. Mais informações estão na conta da organização no Instagram: @RedeSolidariaBH. Os alimentos também pode ser doados todos os dias, das 9h às 18h, no Mercado da Lagoinha.