Previsão adiada

Coronavírus em Minas: estimativa de pico de casos passa para 10 de junho

Secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, ressaltou que pico não significa o fim da epidemia e que o vírus ainda deve circular por um longo período

Por Rafaela Mansur
Publicado em 22 de maio de 2020 | 13:36
 
 
 
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A previsão de pico da epidemia de coronavírus em Minas Gerais foi novamente adiada e passou para 10 de junho, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). A estimativa anterior era de que o pico de casos seria no dia 9 de junho.

"O pico parou de progredir no tempo, tivemos uma desaceleração. Houve redução em termos do número de pessoas infectadas no momento do pico, mas essa redução não foi tão significativa", afirmou o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, em entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira (22), sem citar os números de infecção previstos.

Quando a previsão de pico era 9 de junho, eram esperados 2.916 casos de coronavírus, sendo 1.600 com necessidade de terapia intensiva, considerando as estatísticas da doença no Brasil. Com base no padrão de Minas, eram esperados 2.046 casos, sendo 1.140 com necessidade de terapia intensiva.

"Estamos tentando separar as projeções. No início, fazíamos uma projeção para Minas Gerais com base nos casos e nas curvas nacionais, da incidência total de casos no Brasil. Há 15 dias, estamos tentando fazer a projeção do número de casos esperados para Minas com a tendência da curva para o Estado. Minas Gerais tem menos casos do que o Brasil, a epidemia aqui é mais lenta", ressaltou o secretário.

Atualmente, o Estado tem 5.995 casos confirmados de coronavírus, sendo 2.724 em acompanhamento e 3.070 recuperados. Minas tem 201 óbitos confirmados por Covid-19.

Segundo ele, a taxa de transmissão da doença no Estado está em 1,24, o que significa que uma pessoa contaminada está transmitindo o vírus para, em média, 1,24 pessoas. No início da epidemia em Minas, essa taxa era de 4,5. "É uma taxa que mostra a eficiência do isolamento e das ações que tomamos até agora. O ideal seria por volta de 1, uma pessoa transmitindo somente para outra, mas estamos nesse momento com uma taxa muito bem controlada", disse o secretário.

Amaral lembrou que 160 mil testes PCR para detecção de coronavírus estão para chegar a Minas Gerais, enviados pelo governo federal, mas isso não significa que todos serão realizados de uma vez. "Uma vez encaminhados, esses testes são preparados para serem utilizados conforme a necessidade. Mesmo que haja um envio grande de testes, o que define o uso ou não são os protocolos da SES-MG", afirmou.

Ele ressaltou que o pico da doença não significa o fim da epidemia e que o vírus ainda deve circular pelo Estado por muito tempo. "Nós entendemos que o pico será um grupo de pessoas que vai levar a um estresse da assistência, mas, dentro do todo da população do Estado, ainda será um número pequeno de habitantes. Consequentemente, teremos o vírus circulando por um longo período", disse. "A ideia de testarmos tem que ser compreendida com a necessidade de acompanhamento por um longo prazo, possivelmente mais de um ano", completou.

O secretário voltou a falar sobre a recomendação de isolamento, inclusive para as pessoas que testaram negativo para coronavírus, mas ainda apresentam sintomas. "Qualquer sintoma de gripe pode ser Covid-19. Independentemente de ter teste positivo ou negativo ou de não ter feito o teste, há necessidade de 14 dias de afastamento, o teste não é 100% preciso", pontuou.

Amaral disse, ainda, que tem visto muitas pessoas circulando sem máscara nas ruas e destacou a necessidade do acessório. "É muito importante a sociedade manter o isolamento, as pessoas devem usar máscara o tempo inteiro, mesmo quando saírem para caminhar ou passear com o cachorro. O uso de álcool em gel, a lavagem frequente das mãos, evitar levar as mãos ao rosto e cuidar dos idosos também são medidas importantes", concluiu o secretário.

Uso de cloroquina

Sobre a cloroquina, o secretário Carlos Eduardo Amaral informou que assuntos técnicos, como a liberação de medicamentos, precisam passar pelo Centro de Operações de Emergências em Saúde (Coes) para um posicionamento.

"Esse posicionamento leva em consideração a avaliação da literatura em relação ao uso dos medicamentos, a possibilidade do uso de medicamentos em todo o Estado, a forma, o momento e outras variáveis. Essa demanda está no Coes, que está tratando da melhor forma possível para emitir uma nota técnica do Estado".

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