O decreto municipal que determinou o fechamento de academias de ginástica em Belo Horizonte a partir desta sexta-feira (20) por conta da pandemia de coronavírus atinge cerca de 1.300 unidades, afetando aproximadamente 125 mil alunos.

A estimativa é do Grupo de Academias Responsáveis e Éticas (Gare), que se baseia na informação de que 5% da população se exercita em academias. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a capital mineira tem cerca de 2,5 milhões de habitantes.

A decisão de se fecharem as academias afeta outras milhares de pessoas em diferentes cidades mineiras, como Contagem, Sete Lagoas, Divinópolis, Ouro Preto, Itabirito e Ponte Nova, onde prefeitos adotaram medidas semelhantes.

Em Belo Horizonte, a interrupção das atividades é por tempo indeterminado, segundo decreto do prefeito Alexandre Kalil, que vale também para bares, restaurantes, salões de beleza e outros estabelecimentos que possam reunir um grande número de pessoas.

A decisão impacta a indústria das academias. Embora possa ter implicações severas, como o fechamento de unidades, a postura é elogiada.

"Foi coerente, se avaliarmos o cenário. É um lugar que as pessoas buscam saúde, mas os clientes já não tinham confiança. Com o afastamento do local de trabalho, bares, cinemas, as pessoas iriam para as academias", destaca o ex-conselheiro do Gare e empresário do segmento fitness, Carlos Eduardo Rodrigues.

Responsável pela gestão do Gare, Daniel Cária explica que cada academia terá que fazer um trabalho de conscientização dos alunos para que eles não encerrem os planos neste período de paralisação.

"Vamos entrar em consenso com o aluno. A ideia é dar a mensalidade de crédito para não precisar encerrar o plano. Sabemos que muitas academias vão quebrar", ponderou.