Coronavírus: Kalil decreta controle de acesso a bancos e lotéricas em BH

Um dia após o registro de inúmeras aglomerações nas portas de agências bancárias e lotéricas de Belo Horizonte, o prefeito da cidade, Alexandre Kalil (PSD), publicou um decreto que obriga o controle de acesso a esses estabelecimentos na cidade para combater a pandemia do coronavírus.

A determinação, que saiu no "Diário Oficial do Município" ("DOM") desta terça-feira (7), esclarece que o atendimento ao público realizado no interior dos bancos e das casas lotéricas precisa ter “estrito controle de acesso”. Com a medida, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) quer evitar que aconteçam cenas como as registradas nessa segunda-feira (6). Com a liberação dos pagamentos e vencimento de contas, moradores da cidade se aglomeraram excessivamente nas portas desses estabelecimentos, sem respeitar sequer a distância mínima de segurança.

Agências bancárias e lotéricas, a partir de agora, precisam funcionar com medidas de restrição e controle de clientes, como também precisam adotar “medidas estabelecidas pelas autoridades de saúde de prevenção ao contágio e contenção da propagação de infecção viral relativa à Covid-19”, como descrito no texto. Além disso, a PBH propõe que os responsáveis por esses estabelecimentos passem a organizar as filas na área externa, de forma que elas respeitem a distância mínima de um metro entre cada cliente.

Anunciada nesta terça-feira, a determinação é uma mudança no decreto de 18 de março – que definiu a primeira série de ações adotadas em BH para combater a rápida propagação do coronavírus. Além de medidas para evitar a propagação do vírus em casas lotéricas e bancos, Kalil publicou no Diário Oficial novas determinações sobre o uso de praças e locais públicos para prática de atividades físicas e de lazer e sobre o atendimento de clientes em lojas que estão autorizadas a funcionar. O prefeito ainda decretou que, a partir de quarta-feira (8), está proibida a entrada, em BH, de ônibus que saírem de municípios que afrouxarem as medidas para manter o isolamento social. Sobre este assunto, a BHTrans informa que os detalhes da operação ainda estão sendo definidos. 

Atendimento em lojas

Ainda no decreto assinado por Kalil e publicado nesta terça, existe uma nova determinação para atendimento do público em lojas. Conforme adiantado pelo prefeito pelo Twitter nessa segunda-feira (6), está proibida a entrada de clientes nesses tipos de estabelecimentos. O atendimento só poderá acontecer na calçada. Os responsáveis por essas lojas também precisarão organizar as filas, observando no distanciamento mínimo entre os clientes.

Praças e locais públicos

Apesar do avanço do coronavírus em Belo Horizonte, que já registrou 260 casos confirmados da Covid-19, muitos mineiros foram a espaços públicos entre sábado (4) e domingo (5). Quem passou pela orla da lagoa da Pampulha nesses dois dias pode até ter acreditado que a cidade não está diante de uma pandemia, pois a região acabou ficando lotada, com famílias passeando com crianças e muitos praticando atividades físicas. Uma grande aglomeração formou-se na região, assim como no entorno da Lagoa Seca, no Belvedere, e na praça da Assembleia, ambos pontos na região Centro-Sul da cidade.

Como forma de evitar que as pessoas se aglomerem nesses lugares, Kalil decretou também nesta terça que está suspensa a utilização de praças e outros locais públicos para a prática de atividades físicas e de lazer, sejam elas coletivas ou individuais, que gerem aglomeração de pessoas. Ainda não se sabe como isso funcionará na prática.

Em coletiva nessa segunda-feira, o prefeito já tinha adiantado que apenas o trânsito de carros será permitido na orla da lagoa da Pampulha, por exemplo. A praça da Assembleia e outros pontos da cidade terão acesso restrito – que deverá seguir o padrão implantado na praça da Liberdade e no parque JK, onde gradis já cercam todo o espaço.